sábado, 17 de janeiro de 2009

Como ser um Epic Rider - Preparação

Como ser um Epic Rider

Nos dias de hoje existem cada vez mais maratonas e provas de BTT de longa distância onde colocamos à prova as nossas capacidades físicas e psicológicas. Mas a verdade é que pelos vistos as provas de 100 km começam a não ser suficientes para que os Bikers nacionais testem os seus limites, e começamos à procura de mais Km e de preferência em mais do que um dia.

Hoje já começamos a ver em Portugal provas com classificação e com mais kilómetros do que os típicos 100, como é o caso do SRP160, onde todos os participantes subiram a fasquia dos seus limites.

No outro extremo das provas de longa distância estão as tão afamadas provas por etapas, onde em Portugal a TRANSPORTUGAL GARMIN foi pioneira no inicio com 1.200 km em 11 dias e agora num novo formato de 1.000km em 8 dias, mas onde já aparecem outras como o G200 e a Via Nova Race a obrigarem a mais que um dia de esforço. Em Portugal o fenómeno alarga-se às travessias de cariz lúdico e a Travessia de Portugal, o TransAlgarve, a Travessia das Montanhas e a Rota das Aldeias Históricas, são viagens recreativas onde ao longo de vários dias vamos colocando a nossa força física e perseverança à prova.

Também pelo mundo fora as provas por etapas, também chamadas de provas épicas, vão tomando um papel cada vez mais importante e não é estranho ver-se os melhores atletas do mundo a competirem pelos primeiros lugares de provas como o Cape Epic, Trans Rockies, TransAlp, MTB Challenge, La Ruta de los Conquistadores, Crocodile Trophy. Recordo as vitórias do Thomas Friscknechkt na La Ruta, do Cristoph Sauser no Cape Epic e do Team Bulls no TransAlp e no Cape Epic no mesmo ano. Mas sei, por experiencia própria, que mais de metade dos participantes nestes eventos tem como principal objectivo completar a totalidade das etapas no menor período de tempo possível, sabendo que nunca terão possibilidade de ganhar a prova.

Neste contexto de desafios cada vez mais duros surgem também em Portugal cada vez mais entusiastas destas provas e não é de estranhar ver atletas nacionais a solo ou em dupla a fazerem boas prestações nestes eventos, relembro as classificações da dupla da Motovedras – Ricardo Melo/Marcelino, no TransAlp e do Team Amarante- João Marinho e José Silva na mesma prova. Os excelentes resultados das duplas portuguesas no Cape Epic de 2008 com equipas onde os atletas Nuno Machado e André Malha, Rui Pancadares e David Ventura, João Marinho e José Silva, Pedro Capela e António Bendito, concluíram o Cape Epic mais duro de sempre.

Mas a verdade é que seja para competir por um lugar importante na tabela classificativa, ou apenas para ganhar mais uma experiencia única no mundo do BTT, o resultado final não depende só da prestação que fazemos durante os dias em que a prova se desenrola mas está totalmente ligado a toda a preparação que fazemos nos largos meses que antecedem a primeira pedalada a contar para a classificação final.

E essa é a tarefa a que nos propomos quer neste, quer em artigos próximos, é conseguir passar a experiência de alguns dos atletas nacionais que optaram pelas Provas Épicas como forma de estar no BTT, para que outros possam desde já começar a preparar os eventos onde vão participar.

Num guia desta natureza penso que a primeira grande pergunta que devemos fazer é sem dúvida:

A QUE PROVA QUERO IR?”

A resposta que dermos a esta pergunta irá condicionar todos os temas que podemos vir a falar, como o treino, a nutrição, o parceiro, a bicicleta, o material, o equipamento. A verdade é que a prova que escolhermos será de facto o motor para todas as tomadas de decisão que faremos.

Vejamos. Será igual treinar para uma prova onde se anda em plano durante centenas de Km ou para uma em que por dia subimos por vezes mais de 20 km seguidos e depois de descermos voltamos a subir mais 20 km. Será igual preparar uma prova em Abril na África do Sul ou uma prova no Canadá em Setembro.

Assim e com o intuito de fazer da nossa prova uma experiência válida, damos algumas dicas e aspectos a ter em conta para a escolha da prova a efectuar:

- Ter em atenção o período de abertura de inscrições para as provas que quase sempre começam com nove meses de antecedência.

- Definir o período do ano queremos fazer a prova e compreender o clima da zona durante esse período. Ex.: As provas que durante o nosso inverno se desenrolam no Hemisfério Sul podem ser violentas a nível de temperatura. Como é o caso do Cape Epic que ocorre no final do Verão na África do Sul e onde as temperaturas podem chegar facilmente aos 40ºC quando em Portugal estamos no final do Inverno e com o termómetro a oscilar entre os 15ºC e os 20ºC.

- Ter em atenção o facto de algumas das provas terem rapidamente as inscrições esgotadas

- Perceber em que terreno somos mais fortes (subida; singletrack; a rolar) para definirmos o tipo de prova a que queremos apontar. Ex.: Se não gostarmos de Singletracks talvez o Transrockies não seja a prova mais indicada.

- Ter em atenção o nível de custos que cada prova envolve por questões de deslocação.

- Ter em conta o número de dias disponíveis para efectuar a prova

- A adaptação às provas em que as dormidas são feitas em acampamento

DICA DE NUNO MACHADO – Epic Rider – TEAM M&M

“O conselho que dou a quem se quer iniciar neste tipo de provas é que faça como primeira prova o TRANSPORTUGAL GARMIN pelo facto de ser no nosso país logo perto de casa e com um custo de deslocação baixo, com o conforto de terá as dormidas todas em Hotel, o número menor de participantes faz com que cada atleta tenha um nome e não um número e o facto de se processar no nosso clima ajuda muito em termos de adaptação e a orientação por GPS torna-a numa prova única em termos mundias.”

Outro ponto de grande relevância nas provas épicas é o facto de grande parte delas serem feitas em pares e com regras muito rígidas sobre as distâncias, em termos de tempo, entre os dois elementos da equipa. E isto leva-nos à escolha seguinte:

COM QUEM DEVO FAZER EQUIPA?”

Ter um parceiro ou ser parceiro!

O ponto fulcral para a formação de uma equipa e para o sucesso da mesma é a CONFIANÇA. Os elementos da equipa têm que ter plena certeza que os dois juntos vão conseguir o principal objectivo a que se vão propor. – Concluir a prova. Todos os outros objectivos classificativos dependem directamente da conclusão da prova. E como tal é imprescindível que cada um dos parceiros sinta que o outro o pode ajudar a atingir os objectivos. Esta situação faz com que os dois parceiros da equipa tenham andamentos o mais idênticos possíveis.

A palavra que me ocorre de seguida é COMUNICAÇÃO. A comunicação entre os parceiros de equipa é de vital importância em todas as fases do processo desde o primeiro treino até ao cortar da linha de meta na última etapa. A comunicação durante a fase de treinos e partindo do principio que os elementos da equipa treinam juntos ou fazem o mesmo esquema de treinos (os esquemas de treinos veremos numa próxima edição), permite-nos conhecer as reacções do nosso parceiro a cada tipo de esforço e de alguma forma permite perceber as reacções do outro através das nossa próprias reacções.

DICA DE JOÃO MARINHO – Epic Rider – TEAM AMARANTE/BIKE ZONE

Penso que os dois se precisam de conhecer muito bem e estarem preparados para o pior cenário possível, isto é a desistência, caso seja necessário para auxiliar o parceiro. O sentido de humor também é bem-vindo.

Depois de percebermos que a equipa funciona como equipa e não como um “par de ciclistas” este é o momento de definir os OBJECTIVOS e se é verdade que no inicio o TEAM M&M tinha como objectivo acabar o Cape Epic, quase no final da fase de treinos subiram a fasquia e apontaram para as 60 horas, e no meio da prova o Nuno Machado e o André Malha começavam a apontar a um lugar dentro dos 150 na categoria homens.

DICA DE ANDRÉ MALHA – Epic Rider – TEAM M&M

A definição da equipa e a forma como a equipa se foi desenvolvendo foi para mim o elemento fundamental da conclusão do Cape Epic. É o que define se nos vamos divertir ou passar uns dias de competição horríveis. Outro conselho que dou aos elementos da equipa é que sejam condescendentes com os parceiros, após muitas horas em esforço ao sol o cérebro não é tão clarividente como em situações normais, e isso pode dificultar alguma tomada de decisão. É normal verem-se equipas a discutir por situações patéticas e que não ajudam ao atingir de objectivos. É importante que o elemento menos cansado tenha capacidade de manter a equipa a funcionar. São tantos dias que se eu hoje estou menos forte de certeza que noutro dia será o meu parceiro.”

“E agora que já defini a prova e escolhi um parceiro, que material devo preparar para cortar a linha de chegada?”

Aqui coloca-se um grande ponto, uma vez que a situação do material vai desde a bicicleta, passa pelos sapatos e equipamentos, passa pelo material de apoio ao campismo e termina nas peças suplentes que se podem levar.

Começo pela eterna questão da bicicleta. Rígida ou Suspensão Total?

Nos dias de hoje e quando já sabemos que se podem ganhar provas desta natureza em bicicletas de suspensão total, como foi o caso da vitória de uma Scott Genius na La Ruta e da Cannondale Scalpel no Cape Epic , porque devo levar uma bicicleta em detrimento da outra?

A escolha da bicicleta passa por 3 pontos-chave, Conforto, Peso, Manutenção. Neste momento a evolução das suspensões totais e dos seus sistemas inteligentes ou de bloqueio permitem que a energia da pedalada seja transformada em tracção e não se perca no habitual bombear que sistemas de suspensão menos evoluídos tendem a fazer.

(colocar foto Spark 10)

Assim hoje quando penso numa suspensão total, o que me vem logo à cabeça é o conforto, que é muito importante quando vamos passar muitas horas na bicicleta durante vários dias, claro que também sei que os sistemas de suspensão total tornam uma bicicleta mais pesada, pelo facto de terem mais material, material esse que quase sempre se traduz em mais partes móveis que aumentam a probabilidade de sucederem problemas que podem ser mais complicados de solucionar.

(colocar foto My epic)

Quando no entanto pensamos em quadros rígidos, sabemos com o mesmo nível de material este será sempre mais leve do que uma suspensão total. Dou o exemplo da diferença entre uma Scott Spark 15 e uma Scott Scale 15, onde para o mesmo nível de material temos cerca de 900 grama de peso extra na Suspensão total. E quando se trata de subir e de pedalar durante vários dias 0,9Kg são de facto peso extra que se pode evitar. Por outro lado as rígidas tem uma manutenção mais simples devido à estrutura com menos pontos móveis.

O QUE DIZ O JOÃO MARINHO – Epic Rider – TEAM AMARANTE/BIKE ZONE

“Eu continuo a preferir as rígidas porque continuam a ser as mais leves e as que requerem menos manutenção, pois não há rolamentos nem amortecedores para dar problemas e quando se está numa prova épica estamos sempre longe de casa e nem sempre há possibilidade de levarmos peças suplementos e nem sempre a assistência em prova consegue resolver os problemas.

DICA DE NUNO MACHADO – Epic Rider – TEAM M&M

“Acho que nunca vamos saber se o melhor é o quadro rígido ou a suspensão total, mas o importante é definir o mais cedo possível que bicicleta vamos usar para que a maioria dos treinos seja realizado na bicicleta que nos vai acompanhar na prova. Para nos familiarizarmos com toda a dinâmica da bicicleta e conseguirmos colocar tudo ao nosso gosto.”

Depois de escolhida a bicicleta vem toda a gama de componentes que lhe podemos anexar, como é o caso do selim, do guiador, dos “bar-end”, transmissão, rodas, pneus e etc.

O SELIM

Nas provas épicas é normal que se passe entre 5 a 8 horas por dia junto do selim e o conforto toma um papel muito importante, pois as lesões que podem surgir pela utilização de um mau selim podem tornar a prova muito dura ou até mesmo obrigar ao abandono.

Existem no mercado vários formatos de selim e no TEAM M&M o que utilizamos é o Specialized Phenom SL com abertura no meio, que evita a pressão na zona prostática. Mas a verdade é que cada um deve utilizar o selim em que se sente confortável e não o deve alterar quando a prova se aproximar. O normal é que o tempo de selim seja entre as 50 horas e as 60 horas, por isso as dicas são conforto e habituação.

FOTO(colocar foto de selim SPZ Phenom)

OS PNEUS

Muitas vezes temos discutido este factor, mas parece-me que cada vez mais a escolha de pneus para estes eventos vai para os Tubeless. A verdade é que durante as várias provas por etapas que já realizei apenas furei 1 vez e uma outra rasguei um pneu de lado com uma chapa. E durante todo o Cape Epic de 2008 não ocorreu nenhum furo no TEAM M&M. Quanto aos pneus com câmara-de-ar relembro também o Cape Epic deste ano em que a equipa da Venezuela furou 7 vezes no mesmo dia.

Outro facto importante está relacionado com o facto de hoje facilmente se transformar umas rodas normais em rodas “tubeless ready” através de aplicação de kits como o da DT Swiss ou o da Specialized sem que o custo da transformação seja elevado.

A juntar ao pneu Tubeless deve andar sempre associado um bom liquido vedante “vulgo anti-furo” que deve ser colocado no dia anterior ao inicio da prova.

Outro dos pontos relacionados com os pneus prende-se com a largura e trilho que estes devem ter e mais uma vez estamos num ponto onde não existe consenso. Existe quem circule com pneus 1.95 como foi o caso do Team Amarante/Bike Zone no Cape Epic ao mesmo tempo que a escolha da RBikes Ota foi para uns mais volumosos 2.1.

DICA DE RUI PANCADARES – Epic Rider – TEAM RBIKES OTA

“Para mim o pneu tem de ser Tubeless com vedante e a com uma dimensão acima dos 2.0 para fazerem balão. Este tipo de pneus permite rolar com pressões mais baixas o que faz com que, sendo o pneu o ponto de contacto entre a bicicleta e o terreno, muitas irregularidades do terreno sejam absorvidas pelo pneu tornando as jornadas um pouco mais confortáveis e sem se perder velocidade. Outro truque que costumamos utilizar é a meio da prova 4º ou 5º dia colocar um pouco mais de liquido vedante dentro dos pneus.”

A TRANSMISSÃO

Com tantos em kms em tão pouco tempo e em condições de utilização extremas é muito importante que a transmissão funcione como um relógio, pois se tal não acontece cada dia torna-se um grande martírio. No caso de existir alguma dúvida sobre a performance de um determinado componente o melhor é trocá-lo. É também importante que não se façam testes de componentes durante a prova.

FOTO (colocar foto de grupo XTR ou XT)

EXPERIENCIA DE NUNO MACHADO

“No TransPortugal de 2006 tive de trocar a corrente na véspera da partida para Bragança. Pelo que só fiz perto de 5km com ela antes do arranque para a primeira etapa. A partir dos 50 km da primeira etapa comecei a ter problemas com a corrente a saltar entre carretos em especial em secções em que a força era necessária. Tal facto fez com que não completasse a 1ª e a 2ª Etapa da prova. Após muito trabalho mecânico descobrimos que a corrente estava com mais elos do que o necessário. Algo que se podia ter evitado caso a troca fosse feita mais atempadamente.”

Por outro lado aconselhamos que se leve pelo menos uma corrente suplente e alguns links de ligação que nos devem acompanhar durante a etapa.

Outro aspecto importante é o de ser aconselhável fazer uma revisão geral da bicicleta e componentes, com consequente troca de cabos, pastilhas de travões e material de desgaste, revisão de suspensões e amortecedores, desempenar rodas, ver pedais, 2 semanas antes da partida. Depois a bicicleta deve ser usada normalmente e antes da partida devemos voltar a afinar toda a máquina de novo.

Depois é muito importante manter toda a máquina limpa e cuidada durante a prova, isto requer que a bicicleta seja lavada e oleada, nas partes móveis principais, no final de cada etapa.

Entramos agora na última fase de preparação de material e equipamento, a fase em escolhemos a forma como nos vamos vestir, calçar e proteger de alguma queda que possa surgir pelo caminho.

Mais uma vez os pontos mais importantes na escolha destas peças devem ser o máximo de conforto e nunca ensaiar nada durante a prova. E sem nunca esquecer que vamos passar muitas horas com o equipamento colocado.

OS SAPATOS

Este aspecto é fulcral pois é através dos sapatos que vamos transmitir a força aos pedais ao mesmo tempo que grande parte da vibração que chega ao corpo é também absorvida pela zona dos pés. Os sapatos devem ser do tamanho certo e não serem nem demasiado apertados nem muito largos, se necessário recorrer aos meios números. Dentro dos sapatos devem caber umas palmilhas (ajudam no conforto) e se necessário umas cunhas para se corrigir os movimentos laterais do joelho. Aconselhamos os sapatos técnicos de BTT de preferência com sola em carbono, por serem mais rígidos na hora de transmitir força sobre os pedais, mas ao mesmo tempo permitem caminhar por curtos períodos.

O CAPACETE

Esta peça de protecção é obrigatória durante todos os momentos em que estamos em competição e em movimento, é normal que possa ser tirado nas paragens nas zonas de assistência. Este deve respeitar as normas de segurança exigidas por lei e deve ser o mais arejado possível e de preferência com boa área de entrada de ar na zona frontal, para evitar o sobreaquecimento da zona da cabeça.

FOTO (Colocar Foto do Scott Fuga e do Specialized 2D).

A zona interior em esponja deve ser amovível e é importante que durante a prova lavemos esta peça, pois ela absorve a transpiração e com a humidade é uma óptima zona para fungos.

As fitas que prendem o capacete por baixo do queixo devem estar ajustadas, sem estarem demasiado apertadas, por forma a não permitir oscilações do capacete durante a marcha e numa possível queda, mas ao mesmo tempo não criarem desconforto por estarem em contacto permanente com a zona do queixo.

OS EQUIPAMENTOS

Esta é a zona colorida por natureza, onde colocamos os patrocinadores e que devem ser distintivos o suficiente para que rapidamente o nosso parceiro nos distinga no meio do pelotão. Pensem nas distancias que é preciso manter entre parceiros e como pode ser difícil encontra-lo no meio de mais de 1.000 participantes.

DICA DE RUI PANCADARES – Epic Rider – TEAM RBIKES OTA

“Como conselho em termos estéticos, aviso que devem evitar as cores claras pois como o normal é que exista pó, lama, barro, areia nas provas esta fica entranhada nos tecidos durante o dia e não é nada fácil tirar alguma da sujidade quando se lava a roupa à mão num acampamento.”

CALÇÕES

Sejam calções, corsários ou calças mediante as condições climatéricas que vamos ultrapassar é muito importante que sejam confortáveis e devemos encontrar o nosso tamanho certo.

É preciso dar muita atenção á zona de “carneira” e ao atrito que esta pode ou não fazer durante o movimento de pedalada, ter atenção à densidade da esponja e a forma como dispersa a pressão exercida sobre os ilíacos. Importantes também as alças e a forma como roçam ou não nos ombros, para evitar possíveis escaras.

DICA DE ANDRÉ MALHA – Epic Rider – TEAM M&M

“ Eu dou especial importância à escolha dos calções e por vezes é preferível gastar um pouco mais e ter o melhor calção do que hipotecar toda uma época de treinos e um investimento de tempo porque poupamos alguns Euros. Outro aspecto que considero vital é a prevenção de assaduras e nunca é demais utilizar um bom creme protector contra assaduras que pode ser adquirido numa farmácia. Prevenir é uma forma de chegar ao fim de uma prova”

Por vezes e para não ter que se levar mais peças de equipamento os pernitos juntamente com os calções fazem o papel de calças e em qualquer momento podemos voltar a estar de calções.

DICA DE NUNO MACHADO – Epic Rider – TEAM M&M

“Felizmente utilizamos uns calções com Lycra Power que pela forma como assenta nos músculos, provoca alguma compressão que previne a fadiga muscular e algumas cãibras”

JERSEYS

Os jerseys, também designados por camisolas, são também importantes por vários aspectos.

Permitem colocar material ou alimentação nos bolsos colocados atrás.

Devem ser confeccionados de acordo com o clima a que vamos estar sujeitos, preferencialmente devem ter fecho completo para facilitar o arrefecimento do corpo e por se tornarem mais fáceis de despir.

Aconselhamos também a utilização de manguitos uma vez que as provas começam bastante cedo, quando ainda está fresco e ao longo do dia a temperatura vai subindo o que permite que na maioria das provas seja possível rolar em manga curta.

DICA DE ANDRÉ MALHA – Epic Rider – TEAM M&M

“Quando desenvolvemos o nosso equipamento para o Cape Epic foi possível escolher entre várias fibras e foi-nos recomendada a fibra microfresh que permite uma rápida secagem do Jersey e uma excelente respiração do corpo.”

Aconselhamos ainda que se leve um casaco impermeável para alguma situação de chuva que possa surgir no desenrolar da prova.

Outros aspectos a ter em conta são os que se prendem com a escolha das meias e de luvas uma vez que devem estar condicionadas também ao factor climatérico. E pode-se oscilar entre as meias de algodão até às meias impermeáveis e o mesmo acontecendo com as luvas onde se podem encontrar modelos mais frescos até aos modelos mais quentes e até impermeáveis. Nos modelos de luvas podem também encontrar-se modelos que apostam no conforto com inserções de gel na palma da mão. Mas independentemente do tipo de luva o nosso conselho passa pelas luvas com dedos completos, por razões de segurança.

E se eu for uma senhora?

No caso de ser uma senhora a pensar fazer uma prova épica, e lá por fora é bem usual ver mulheres a discutirem até os lugares da frente, todas as dicas são válidas mas gostávamos de acrescentar mais algumas.

Hoje o mercado de artigos de BTT para senhora evolui bastante e é possível encontrar desde quadros com design mais indicado para a fisionomia feminina, até a um sem número de acessórios e componentes com características especiais. Os selins com forma mais adequada aos ilíacos das senhoras, guiadores com diâmetros e dimensões distintas, onde se aplicam punhos mais reduzidos, pois normalmente as mãos femininas são mais pequenas que as dos homens. Por vezes é normal as senhoras utilizarem pedaleiros com alavancas mais curtas para poderem fazer mais rotação. No que diz respeito aos equipamentos a mesma tónica volta a ser verdade com calções e jerseys com cortes específicos para se moldarem melhor ao corpo e se tornarem mais confortáveis. O mesmo sucede nos sapatos que tem forma diferente para maximizar o conforto da utilizadora.

DICAS DE SÓNIA LOPES – 2 vezes participante do TransPortugal – TEAM ORBEA/GOLDNUTRITION

Na grande maioria das provas a forma de pernoita é em regime de acampamento e isso obriga a que se tenha algum material específico para esta situação e para isso deixamos um quadro para com algumas dicas de material a ter sempre à mão e que deve ser acondicionado dentro do saco que normalmente é transportado pela organização e que é o único a que temos acesso durante toda a prova.

Equipamento a ter no acampamento e equipamento suplente

HIGIENE

Material substituição

Ferramenta

Roupa

Stuffs

Pack Banho

Corrente

Camel Bak

T shirts

Luz de cabeça

Protector Solar

Pastilhas travão

Bomba

Casaco

Apito

Baton Cieiro

Amortecedor

Óleo

Calções de banho

Ficha adaptadora

After Sun Creme

Pneus

Alicate multifunções

saco cama

Telemóvel

Escova e pasta dentes

Links de corrente

mini ferramenta

Calças

Repelente insectos

Válvulas Tubeless

bomba Suspensão

Chinelos

Detergente roupa mão

Câmaras de ar

Zip tyes

Toalha de banho

Creme de massagem

Liquido vedante

Bidons

Ténis

Raios

Cleats de sapatos

Em qualquer caso algum do material de substituição pode ser facilmente encontrado nas zonas de assistência das provas, embora possa ser importante levar algum material específico para a nossa bicicleta.

Mas a melhor dica que cada um de nós que já participamos em provas deste tipo e onde todos estamos de acordo, é que o ponto fulcral é ter o máximo de conforto durante o esforço, e é para isso que apontamos todo o nosso material.

E assim ficam algumas dicas para começares a pensar na tua prova épica, em breve vamos falar da melhor forma de te preparares para um evento desta natureza quer em termos de treino quer de nutrição e o que fazer assim que começas a prova.

TEXTO: Nuno Machado – TEAM M&M

Fotos: Nuno Machado e Absa Cape Epic

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

TEAM M&M - VENDE SPARK 10 - 2008


Estimados

Aqui está uma óptima oportunidade para os amantes do BTT adquirirem uma grande máquina de BTT a um preço estonteante.

Quadro Spark 10 de 2008
Suspensão Fox 32F RL
Rodas Shimano XTR 2008 com center lock + discos shimano XTR
Pelo preço de 3.000,00 Euros

A foto está em TEAM M&M - bicicletas

Contacto em 91 235 57 77

Um abraço e pedalem muito