quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

FALAR DO TRANSPORTUGAL 2007 - Dia 5

Castelo de Vide - Monsaraz

Nem sei muito bem, como é que vou conseguir explicar em texto o que se passou e o que senti nesse dia. Em resumo posso dizer que foram 163 km feitos em 10h30m com um acumulado de subida de mais de 3.000 mts, para apimentar e tornar a coisa mais difícil, posso ainda dizer que choveu durante os "primeiros" 120 kms.

É verdade, depois do dia anterior ter sido um pouco mais calmo e com bom tempo, a manhã do dia 5 estava impossível. Digamos que nunca tinha saído para treinar de baixo de um autentico diluvio.

Os belgas iam gozando o panorama e avisando que se sentiam em casa e claro iam aproveitar, para pedalar forte.

O início é muito bom e fácil de fazer, só estamos a falar de uma calçada romana que com a valente chuva que caía estava escorregadia a ponto de não ser possível fazer montado (falo por mim) e em pouco tempo tinha os óculos completamente embaciados, o que me obrigou a fazer o dia quase todo sem óculos. Em seguida uma descida também em calçada onde a erva não deixava ver quais a pedras que faltavam o valeu mais uma queda ao Adriano, desta vez com o inconveniente de umas costelas fissuradas, mas que não o fizeram desistir. Seguimos para mais uma boa subida onde a presença do Agnelo (a fotografar) deixa adivinhar a dificuldade da mesma. Subimps um pouco de S. Mamede e na descida, que para mim foi bem difícil (não é fácil ter miopia e andar sem óculos), acabo por descolar do Adriano que lá ia suportando a dor como podia. Na passagem pelo Alegrete vejo alguns desistentes, mas a verdade é que ainda faltavam mais de 120 Kms para o final e não convinha parar para não arrefecer.

A chuva continuava e chego-me a mais um grupo um seguem os dois Ingleses e a Carol Silvera mas o facto de estes seguirem em ritmo de poupança faz com rapidamente os deixe para trás. No entanto este grupo de novo se juntou a mim, fruto do tempo perdido para se abrir e fechar portões (mais um fenómeno do Alentejo). E seguimos em grupo até perto do Km 60 onde a Carol decide desistir, ficando apenas eu e os Ingleses na tarefa de abrir e fechar os mais de 30 portões que a etapa conta. Volto a abandonar o grupo e quando estou a chegar perto da Filomena (era a primeira vez que me cruzava com a 1ª Portuguesa a completar a TransPortugal) numa curta subida parto a corrente. Felizmente consigo voltar a por a máquina a mexer e sigo de novo com os Ingleses. E a chuva sem abrandar. Lá vamos entre sobe e desce aproveitando alguns troços de alcatrão para ganhar tempo, até que fico sem pastilhas e lá faço os últimos 50km com os travões a travar no ferro. Ainda tenho direito a duas quedas, uma delas fruto do cansaço e a outra da fruto da falta de travões. Já muito cansado e com muita fome, paro em Monte Juntos, onde deixa de chover, e aproveito para comer uma valente bifana (com mostarda) e beber uma coca-cola. Arranco de novo para os últimos 20 km volto a cruzar-me com a Filomena, mais umas palavras de incentivo ao que a Filomena responde:
- Como é que te chamas?
- Eu, sou o Nuno Machado
- Tu é que és o Nuno Machado?! Então o Tó manda-te um abraço.

E é com as boas recordações das voltas na Arrábida que sigo até ao final onde ainda sou "obrigado" a fazer a calçada medieval de Monsaraz. Nesta tenho mesmo que desmontar, por falta de força e por um enorme buraco que tem no meio, e quando penso que já acabou eis que ainda falta subir até ao largo da Igreja. Mas como é o fim a força volta e sigo montado.

Por sorte a Igreja estava fechada se não o António tinha feito com que subíssemos atá à torre para tocar o sino.


Acabo e ao mesmo tempo chega o António Malvar, que com o seu sorriso olha para mim cheio de lama e me dá os parabéns. Eu nesse dia fiquei com o Ego com mais de 3 metros, nem cabia no meu corpo. Tinha feito o meu dia mais duro em termos desportivo, espero não ter de repetir.

A parte pior foi lavar a roupa, ir jantar, fazer mecânica e ainda conseguir descansar para o dia que estava para vir que tinha quase 140 km.


Amanhã conto mais

Um abraço e pedalem muito
Nuno Machado#50

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

FALAR DO TRANSPORTUGAL 2007 - Dia 4

Dia 4 - Ladoeiro - Castelo e Vide

Falar da Etapa 4 do TransPortugal é falar de Rio Tejo e de entrada no Alentejo. É verdade ao fim de 4 dias já atravessamos metade do país e deixamos para trás o Alto Douro, a Beira Alta e a Beira Baixa. É ainda dia de se falar de uma grande coincidência, 3 quedas no mesmo local por BTTistas diferentes, a Filomena, o Adriano e, se não estou em erro, o Cláudio. Todos eles caíram dentro de um Eucaliptal mas sem problemas de maior.

A etapa do dia é composta por várias fases, a 1ª fase é muito rápida e leva-nos junto ao rio durante os primeiros 25 Kms, onde se aproveita para rolar o mais rápido possível para se ganhar tempo para o que ainda vem. E assim sempre com a água à vista vamos esticando as pernas até perto de Lentiscais. Aqui começa uma 2ª fase de sobe e desce ao bom estilo rompe pernas que nos permite atravessa o Ponsul e seguir em direcção a Monte Fidalgo e logo em seguida até Perais para mais uma zona de sobe e desce e depois uma zona de pedra rolada onde a Scott Spark 10 vai sempre agarrada ao chão e a evitar os maus tratos do meu corpo. Esta parte leva-nos até Vila Velha de Rodão, onde se atravessa o Rio Tejo e onde aproveito para comer e descansar um pouco para preparar a 3ª fase.

A 3ª fase começa em Vila Velha de Rodão e leva-nos sempre junto ao Rio Tejo, numa espécie de varanda onde vamos rolando, subindo e descendo até Salavessa. Aqui sigo com um grupo de quatro e lá vamos seguindo entre curvas e contra curvas sempre com o rio aos nossos pés até entrarmos na 4ª fase do dia que nos leva de Salavessa até à base de Castelo de Vide, primeiro por um pouco de alcatrão, depois pelo meio de uns Eucaliptais, em seguida encontro o Adriano um pouco combalido de uma queda mas quando o convido para seguir comigo, mas a verdade é que fui eu que não consegui ir com ele. Lá seguiu com o seu ritmo até Póvoa e Meadas onde paro para uma Coca Cola e onde encontro o Miguel e o Jorge Cunha, que estavam a fazer esta etapa por pura diversão. Arranco e rapidamente chego à ultima fase. A 5ª fase leva-nos para a linha de meta já dentro de Castelo de Vide a verdade é que esta fase é a cereja no topo do bolo. Só falta fazer a calçada medieval (agora com uns troços em alcatrão) , assim se vai subindo a encosta entre ganchos que vão inclinando cada vez mais, depois um curto troço com uns degraus, é tempo de atravessar a estrada e fazer os últimos 100 mts já dentro do castelo e chegar até à meta após cerca de 6h 45m perto da Scott Spark 10.

Tempo para ir até à tenda do reforço, tempo para banho, tempo para lavar a roupa, tempo para a massagem, perceber se tudo estava bem com o Adriano, rir um pouco com as aventuras do João Marinho (ou bebé Marinho). E tempo de jantar com uma mesa recheada de gente onde destaco a Carol Silvera (uma americana com avós Açorianos )e a Irmã. Tempo para pensar no descanso para a etapa que estava para vir e que em condições normais seria muito dura.

E quando eu já pensava em dormir eis que chega o André e a Bebé Cunha que vinha dar-lhe uma massagem. Pelos gritos que o André deu acho que foi mais uma valente tareia. Mas ao menos o André aprendeu o método de respiração de Lamaze.

Depois na manhã seguinte nem vos conto o que aconteceu.

Ou melhor conto na próxima etapa

Um abraço e pedalem muito
Nuno Machado#50

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Falar do TransPortugal 2007 - Dia 2 e Dia 3

Dia 2 - Freixo de Espada a Cinta - Alfaiates Após algumas horas em que o José Carlos passou de volta da minha SCOTT SPARK 10, lá arrancamos para o segundo dia. A verdade é que este dia tinha de ser diferente, pois a classificação já tinha um líder e um grupo de perseguidores. Para mim as coisas eram mais simples pois o mau começo da etapa anterior ponha-me fora da classificação mas ponha-me também a andar só por gozo. Vá se lá saber qual é o gozo de fazer perto de 120 Km em cima de uma biccleta de BTT.

O Começo tem logo uma boa subida onde a utilização da "Talega pequenina" dá muito jeito uma vez que ainda não aquecemos e depois um curto troço de alcatrão nova subida, e das boas, antes da descida para Poiares. Em seguida uma boa descida em alcatrão com excelentes ganchos a obrigar a fazer curvas ao melhor estilo MOTO GP e a entrada no que considero ser o melhor troço da TransPortugal, 200 mts em single track, técnico, a descer entre lajes e degraus com uma boa falésia do lado direito, e onde uma queda dita quase de certeza o fim da prova.

Passagem pela ponte romana, carregar um pouco a bike às costas e começar a descer para Barca de Alva, sempre ao lado do rio do Douro, passar a margem e começar a preparar a subida para Castelo Rodrigo. Subida muito chata, pois vai subindo com troços mais e menos inclinados durante aproximadamente 15 Km, chegamos a Figueira de Castelo Rodrigo e já só falta mesmo subir ao Castelo primeiro 100 mts em alcatrão e de repente o GPS manda-nos para a direita para um trilho bem inclinado de perto de 300 mts onde quase mordemos o guiador.

Chegada ao Castelo tempo para uma Coca Cola, e começar a fazer a descida em direcção a Almeida aqui vou-me cruzando com mais alguns participantes e depois foi só seguir em direcção a Alfaites, pelo afamado caminho do carril que no papel parece fácil mas se pode tornar impossivel se o vento estiver Sul (o que é uma constante nesta altura do ano).

Quem se parecia dar bem com o vento eram os Belgas e o João Marinho que rolavam a grande velocidade na frente da prova. No final da etapa ainda segui com o Agnelo a fotografar e a filmar a minha prestação final. - Deu-me um ar de Pro ou Epic Rider.


Chegada à meta e lá estava a tenda que tantas alegrias me deu nos finais de etapa. Comida, bebida e massagens, que mais se pode querer ao fim de 7h a pedalar. Tempo ainda para umas piadas na zona de mecânica, para entreter o José Carlos que neste momento já fazia o seu trabalho.

Dia 3 - Alfaiates - Ladoeiro

O que dizer daquela que é para mim a melhor etapa da TransPortugal. Se não vejamos, num só dia andamos na Malcata subimos a calçada romana para Monsanto voltamos a descer em calçada romana e depois em singletracks em direcção a Idanha a Nova. Tudo num só dia e em BTT. Mas eu conto promenores.

A saída era um pouco diferente das dos anos anteriores e é um pouco mais rápida segui na companhia do Ricardo Lanceiro e rapidamente chegamos a Foios após as grandes descidas que nos deixam nesta aldeia. Rápida entrada na Serra da Malcata e aí começa o sobe e desce, e o saltar entre Portugal e Espanha. É um ponto para ter algum cuidado pois é fácil furar, pelo grande numero de pedras que compõe o trilho, e mais cuidado ainda pois por vezes a velocidade que se pode atingir pode atirar-nos para fora do trilho e uma queda nesta zona não é muito aconselhável. Já perto do final e numa subida um pouco mais inclinada o Ricardo foi embora e eu segui o meu caminho até uma zona de eucaliptal onde tenho que deixar o Adriano ir embora, pela quantidade de pó que saía da sua roda de trás. Tempo para chegar à Serra do Ramiro e subir o pior que já subi em bicicleta 500 mts acima dos 20% de inclinação (metade tive de fazer a pé).

Depois uma fase que permite descansar um pouco antes de atacar a calçada romana que nos leva até Monsanto e quando pensamos que a calçada acabou e vai ficar fácil chega o alcatrão e inclina mais. Tempo para um curto almoço e seguir em direcção à calçada para descer para Idanha, depois cruzo uma zona onde infelizmente a Sónia estava a entrar na ambulância após uma queda aparatosa, seguir até à Sra do Almurtão e no final seguir até ao Hotel no Ladoeiro. E claro após mais 7 horas a pedalar lá estava a alimentação, a piscina, as massagens e a zona de mecânica, onde alguém muito simpaticamente me deu um valente banho à bicicleta e a Bebé Teresa Cunha me deu uma valente sova nos músculos. (ainda hoje me dói só de me lembrar)

Segue amanhã...

Um abraço e pedalem muito
Nuno Machado#50 - Part of TEAM M&M

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

FALAR DO TRANSPORTUGAL 2007 - Dia 0 e Dia 1

A verdade é que ainda não contei nada sobre o TransPortugal 2006 mas a verdade é que me apetece muito mais falar sobre o TransPortugal de 2007. Sim esse que foi o mais participado de sempre, o mais rápido de sempre e no meu entender o mais duro que já fiz.

Não sabia como começar a contar a aventura deste ano que me levou para Bragança pela terceira vez consecutiva, mas a forma como saí de casa no Domingo passado, de baixo de uma boa chuvada, fez-me lembrar a partida para a 4ª Etapa entre Castelo de Vide e Monsaraz, para os 160 Km mais duros que já fiz. Mas disso vou falar um pouco mais à frente. Agora começo pela partida para mais uma Bike Trip.

Dia 0 - O arranque de Lisboa

O arranque foi da porta do Hotel Barcelona em Lisboa, tempo para rever o Cal Burgart (vencedor de 2005) agora já com 65 anos - se não estou em erro - e tempo para conhecer o Jaime o policia de transito das Canárias, que decidiu vir fazer a nossa prova após algumas trocas de mensagens no FOROMTB (Forum Espanhol). O Cal vinha com a certeza de ir penar um pouco uma vez que tinha abusado da época de Ski e não esperava vir a Portugal de novo e como tal descurou a preparação.

Seguimos directos até à Régua onde fomos brindados com a vista da zona das vinhas e com um valente almoço, que seria o ultimo até Domingo da semana seguinte.

Seguimos para Bragança e após os normais check in hoteleiros seguimos para a montagem de bikes e ultimas afinações, pois no dia seguinte todo tem que estar na perfeição. Final das montagens e entrada no primeiro Briefing para perceber o que se irá passar este ano durante a prova e com especial ênfase na primeira etapa.

Dia 1 - Bragança - Freixo de Espada a Cinta

A etapa prometia pela primeira vez atingia-se os 50 participantes o que significaria em alguns casos rolar em grupo, pela parte que me toca estava completamente enganado.

Os primeiros 3 Kms são feitos em alcatrão e aqui nada de mal, arranquei com calma pois esta é a etapa mais dura e uma má gestão pode estragar a semana toda, mas eis que entro em terra e ao fim de 10 metros sinto uma chapa a tilintar de baixo da roda de trás e a traseira a ir para todo o lado, digo mal do pneu e só então realizo que tinha rasgado o pneu. Ao fim de 3 km e 10 metros já estava a fazer mecânica. O André chegou ao pé de mim e lá esteve que esperar, como um bom vassoura. Arranco de novo e já estava 10 minutos atrasado faço os 3 Km e lá vem a primeira subida do dia, a corrente salta para o lado de dentro de cassete e fica preza nos raios, dou um toque no desviador e de repente o manipulo que controla o desviador de trás não funciona, faço um pouco de tenção e a alavanca dá uma volta de 360º ao fim de 6 Km não tinha mudanças atrás, não podia estar a correr pior. Começo de novo a fazer a mecânica e passado um tempo descubro que preciso de duas chaves iguais para desmontar o manipulo. Tenho que pedir ajuda ao André e penalizo uma hora. O máximo que conseguimos foi passar 4 mudanças (as mais pesadas) nada mal para a etapa mais dura da Super Travessia. Quando arrancamos de novo já tinha perto de 2h 15m parado e estava a penalizar 1 hora por ter tido ajuda da organização (vingo-me do André no Cape Epic) para ajudar ainda mais o André não trazia GPS e durante a subida tenho de esperar algumas vezes por ele nos cruzamentos e nas contas que fazia na cabeça para poder acabar a etapa dentro do tempo, não posso parar mais vez nenhuma.

Todo estava a correr bem e perto de Pinela volto a furar, estava tudo estragado, isto superava o pior começo que eu podia ter imaginado. Seguimos então até Vimioso e em Caçarelhos tenho de decidir entre seguir e fazer companhia ao André, sabendo que não chegava dentro do tempo, ou ir de carro até Freixo e ter tempo para fazer mecânica séria e trocar desviadores e manipulo. O André compreendeu a necessidade de por a máquina a funcionar de novo e lá sigo de carro até Freixo. Pela segunda vez em dois anos não concluía a 1ª etapa da Super Travessia. Mas com a máquina a funcionar em condições a manhã seguinte seria diferente. E assim tenho uma desculpa para voltar à Super Travessia que é acabar a 1ª etapa.

Quanto ao dia de chuva esse conto amanhã mas deixo uma foto para aguçar o apetite.


Um abraço e pedalem muito
NM#50 - Part of TEAM M&M

Força, Resistência, Energia

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

TEAM M&M - NOVIDADES - EQUIPAMENTOS

Mais um dia mais um Sponsor desta vez ligado ao desenvolvimento e criação de equipamentos desportivos.

Já temos apoio para colocar em lycra todos os nossos patrocinadores, e o Sponsor é:








A COFIDES vai ter a responsabilidade de nos equipar e e felizmente vai colocar ao nosso dispor todo o seu Know How no desenvolvimento de material de ciclismo, donde ressalvo a qualidade dos materias como a LYCRA POWER, o conforto proporcionado pelos calções EVOLUTEC.

MAs sobre as características dos materiais e das suas funcionalidades vou falar em breve, inclusive do material DRY STORM que é utilizado nos casacos de Inverno e que muito jeito nos vai dar para treinar nos próximos meses.

Fica ainda o nosso obrigado ao Pedro Teixeira que acreditou no nosso projecto desde a primeira hora.

Um abraço e pedalem muito
Nuno Machado#50 - Part of TEAM M&M

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

TEAM M&M - NOVIDADES - ALIMENTAÇÃO

A apresentação de hoje está ligada com o nosso Sponsor para a área de Alimentação/Hidratação/Recuperação/Suplementos.

Sim porque isto de fazer vários Km's por dia durante muitos dias não vai lá com sandes de manteiga e água da torneira.

Assim e para que tudo corra sobre rodas, aliás duas rodas, vamos contar com o apoio da:









A GOLD NUTRITION apresenta para o mercado uma linha completa de produtos destinados a vários tipos de desportistas, desde os que practicam velocidade, passando pelos de força, e chegando também aos de endurance. Tendo para cada um deles um leque de produtos que facilitam a hidratação, promovem mais energia e facilitam a recuperação. Focados no importante tema do Doping Free nenhum dos produtos da GOLD NUTRITION contém substancias dopantes.

O que faz da GOLD NUTRITION um parceiro muito importante nesta nossa aventura onde é importante partir bem no primeiro dia, e fazer uma alimentação e hidratação cuidada durante as etapas e sempre sem esquecer um factor muito importante que é a recuperação para a etapa do dia seguinte.

Para mais informação visitar www.goldnutrition.pt

Um abraço e pedalem muito
NM#50

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

TEAM M&M - NOVIDADES

Quando soubemos que tínhamos na mão um convite para o CAPE EPIC, o que pensamos foi nos custos inerentes à brincadeira que nos propomos a fazer.

Começamos a fazer contas e começamos também a pensar na possibilidade de encontrar alguns Parceiros/Sponsors que nos pudessem ajudar na execução desta prova.

Ao projecto chamamos " TEAM M&M - OFF ROAD TO CAPE EPIC" e felizmente as coisas têm corrido bem e já temos alguns parceiros connosco.

Hoje apresento-vos o primeiro parceiro:

PARCEIRO DE MEDIA






A BIKE MAGAZINE que todos conhecemos e é a revista de BTT, nacional, mais antiga do mercado, é também a que tem mais tiragem e mais leitores. Nas suas páginas vai oferecendo informação sobre lançamentos, inovações, testes, competição e todo o mundo da Bicicleta de Todo o Terreno.

Na BIKE MAGAZINE iremos colocando alguma informação que consideremos oportuna e pertinente e quando chegarmos fica prometido o nosso relato sobre a prova de BTT por etapas mais mediática do mundo.

As noticias da BIKE MAGAZINE podem agora ser vistas no seu novo site em www.bikemagazine.pt e aconselho a sua visualização.

Brevemente divulgo mais parceiros: Equipamentos e ainda Nutrição/hidratação e recuperação

Um abraço e pedalem muito

Nuno Machado#50

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

TEAM M&M - NOVIDADES

É verdade já faltam menos de 130 dias para o CAPE EPIC esta foi a nossa semana de maior descanso. Treinamos menos e aproveitamos para refazer contactos em busca dos tão ambicionados patrocinadores/parceiros, que nos permitam levar a cabo esta loucura de ir fazer perto de 1.000 KMs à África do Sul.

No meio dos vários contactos que levamos a cabo já conseguimos juntar dois parceiros de peso à nossa causa, um é um importante MEDIA PARTNER e o outro um importante parceiro no desenvolvimento e confecção de vestuário desportivo. Em breve os vamos apresentar.

Pelo meio ficamos a saber que o CAPE EPIC deste ano será o mais duro de sempre e vai rondar os 18.000 mts de acumulado. A verdade é que nós do TEAM M&M já subimos mais no mesmo tempo relembro as Supertravessias/Garmim TransPortugal dos últimos 3 anos com acumulados a rondar os 21.000 mts, mas também é verdade que no Desporto o facto de já termos feito não significa que se consiga repetir a dose caso não se treine e não se trabalhe, com o intuito de voltar a conseguir.

Mas uma coisa é certa estamos a trabalhar para conseguir, e no que depender de nós vamos lutar até ao ultimo metro, para finalizarmos este projecto como começamos. COM VONTADE DE ANDAR DE BICICLETA.
















Nuno Machado no final de mais uma subida na ligação Monchique - Sagres - TransPortugal 2007

Um abraço e pedalem muito
Nuno Machado#50

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

AND IF THOMAS FRISCHKNECHT AND FLORIAN VOGEL WENT TO PORTUGAL

If those guys went to Portugal I would like to spend the all day with them to share some experiences and learn some of the tricks they use on the trails.

An my wish becomes a reality. And STAND JASMA invite the guys from SwissPower Team for a riding day in Sintra with 40 km splited in 3 parts and with a workshop and lunch in the midle of each part.

With the meeting point in the Palácio da Pena car parking at 9 o'clock, I've arrived soon to join the first guests, among them names as Lino Barruncho (tri-athlet); Luis Leão (marathon national champion - Elite) and Ricardo Marinheiro (Cross Country national champion - cadet)


And a few minutes late the most wanted guests that have to take a bunch of first photos. In that case with one of the riders of TEAM M&M - Nuno Machado (a Portuguese Epic Rider)

Time for the last bike improvements, and the ride beggins. The first K's take us to a short single track a litlle bit tricky that ask for extra caution and some brake touch. This trail lead us to the place for the Work Shop,Barragem do Rio da Mula, where Friscki and Flo share experiences and talk about the Scott Spark and Scale. The weapons they use for race.

Also time to learn something about training, to see the light richey wheels, and to ear about the competition level in switzerland.


Than we ride again for some climbing to Peninha and time to talk with Friscki about the 2008 Cape Epic, where he is going for training and where I go to enjoy as part of Team M&M with André Malha - lucky me!!!

And then when we're preparing a fast downhill in direction of Cabo da Roca, the accident of the day. One of the guys starts to jump in the small rocks on the ground, and in one of theese uncontrolling jumps he've been "spitted" from his Scale and fall in the ground with some noise and violence. He gain some small marks in the face tha make him remember from his ride with the swiss power Team in Sintra. And after 10 minutes he stars to remember where we are and for what.


After lunch a quick visit to Cabo da Roca the Wester point of Europe. And then it's time to climb. It's true the return for the car parking will be tougher than the morning, a lot of climbs lead us to the cars and for the end of day. Time for a last conversation an last photos and that's all.

In the road back home I've got this strange feeling of riding with a legend a promisse from MTB.

At the end I should TX Stand Jasma for a riding day that I'll keep at my mind

Tx a lot and ride a lot

Nuno Machado#50

P.S. Sorry for the English but when I've to chosse beetween ride and improve my english, I always ride.

ESTOU MUITO ORGULHOSO

É verdade, hoje estou orgulhoso. Se não reparem neste link

Scott USA

Estou orgulhoso porque um evento realizado em Portugal, onde esteve o atleta de BTT mais medalhado do mundo, e que passou ao lado da comunicação social em Portugal, foi mencionado no site oficial da SCOTT.

É verdade que o atleta em questão Thomas Frischknecht é BTTista da Scott, mas é verdade também que existem actividades do "Friscki" que não são noticia nem no site da SCOTT, mas este está lá mencionado.

É verdade que também que neste evento estiveram outros atletas de renome como o Lino Barruncho, o Luis Leão e o Ricardo Marinheiro e também estou orgulhoso porque num só evento o Stand Jasma juntou um grande naipe de atletas nacionais e internacionais.

Mas também é verdade que estou mesmo muito orgulhoso porque no site da oficial da SCOTT, sim esse onde está tudo sobre a SCOTT USA, existe uma menção a este nosso blog

For further information please visit: http://www.mcshade50.blogspot.com/ - e isto é o que diz lá, bem no final da noticia.

Pena que o blog só está em Português, mas eu hoje estou muito orgulhoso de ser quem sou e de ver mais um prémio que recebo por culpa deste nosso desporto que é o BTT.

Friscki algures em Sintra

Um abraço e pedalem muito

Nuno Machado#50

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

E SE O THOMAS FRISCHKNECHT E O FLORIAN VOGEL ESTIVESSEM EM PORTUGAL

A verdade é que se estes senhores estivessem em Portugal eu queria passar o dia com eles e partilhar experiências e perceber alguns dos seus truques e fazer uns trilhos na sua companhia.

E por incrível que pareça a minha vontade foi feita, e o STAND JASMA convidou o mentor do SWISS POWER team, para um curto passeio em Sintra, com um total de 40 Km dividido em 3 partes e que pelo meio tiveram Work Shop e almoço.

A concentração estava marcada para as 9h00m no Parque do Palácio da Pena e quando cheguei já se encontravam no local pessoas de renome como é o caso do Lino Barruncho com a sua nova SPARK Team Edition.


Passado algum tempo dá-se a chegada dos convidados de honra que lá tiveram que tirar as fotos da praxe, com outros convidados.
Neste caso especifico com um dos elementos do TEAM M&M - o Nuno Machado.

Foi tempo de encontrar as ultimas afinações e arrancar em direcção à Barragem do Rio da Mula, onde iria decorrer o Work Shop e onde o Friscki e o Flo iriam passar as suas experiencias e o seu Know How para quem estava lá para ouvir. Não sem antes fazermos um single track não muito técnico mas com uma inclinação bem acentuada e que obrigou a cuidados extra e a alguns toques nas manetes dos travões.


Ficamos a saber que neste momento o normal é fazerem 50% de provas com a Spark e outros 50% com a Scale, e que estas vão sendo alteradas e melhoradas de acordo com o feed back que os membros do SwissPower passam para os engenheiros da Scott. (vantagens de ser bom e estar na Suiça). Percebemos que o facto de a Suiça ser um país pequeno permite que a evolução de um atleta seja mais rápida, pois a proximidade entre os vários pontos país permite que se efectuem provas quase todos os fins de semana.


Em seguida novo arranque, oportunidade de subir até à Peninha e de ir ao lado de Friscki a falar sobre a "nossa" próxima participação no Cape Epic onde ele fará equipe com o Tom Ritchey e onde vai para treinar. A verdade é que eu tenho mais sorte e vou com André Malha. Chegada perto da Peninha e começa a descida em direcção à estrada que nos ia levar ao Cabo da Roca, infelizmente esta descida foi madrasta para um dos participantes que entre os saltos da roda de trás e da frente por entre as pedras, lá saiu disparado pela frente da bicicleta, ficando com algumas marcas que vão fazer com que se lembre do dia em que foi a Sintra andar com o Frischknecht. A verdade é que após o embate no chão o nosso companheiro só se lembrou onde estava e para quê, passados uns bons 10 minutos em que eu e o Mário da Bike Zone o tentamos trazer à realidade.


Depois do almoço ainda conseguimos ir até ao Cabo da Roca e na na volta para o carro lá começaram as subidas mais duras, primeiro até ao parque de merendas, onde o Bruno Atalaia me mostrou como se deixa o Nuno Machado para trás e onde, sem me aperceber como, vi os comboios Florian e Ricardo Marinheiro a passarem por mim, ainda assim consegui responder e seguir na roda deles por mais 10 metros. Depois resignado lá acabei as subidas que ainda nos levaram ao Monge e depois de volta ao parque onde os carros nos esperavam.

Ainda tivemos direito a mais um pouco de conversa e mais umas fotos, e a cereja no topo do bolo foi termos de empurrar o carro do Rodrigo para que ele fosse para casa. Se calhar foi mais a fava do bolo rei.

Entrei no carro e no regresso a casa vinha com uma sensação estranha, tinha estado com uma lenda e uma promessa do BTT, e tinha tido um dia de pura diversão.

Agradeço ao Stand Jasma mais esta actividade que me proporcionou e da qual guardarei para sempre recordações.

Um abraço e pedalem muito

Nuno Machado#50

sábado, 13 de outubro de 2007

DA SUPER DE 2005 ATÉ AO TRANSPORTUGAL 2006

OU, COMO VIM CÁ PARAR OUTRA VEZ

É verdade, por incrível que pareça, após o empeno que tinha acabado de levar, quando voltei a por os pés na terra (porque depois de fazer a SuperTravessia vinha com um Ego bem em alta) já estava comprometido com o TransPortugal de 2006. Como? Eu explico.


Durante a prova de 2005 o facto de estarmos apenas 12 bikers em competição, ponha o seguimento da prova em risco uma vez que o numero de atletas tão baixo obrigava a que a Super se realizasse mais pela carolice do António Malvar e pela sua vontade de fazer crescer um projecto, a meu ver ganhador. Como tal 2006 era uma incógnita.


Durante as várias conversas que íamos tendo nos jantares após as etapas, muito se falava das formas de se conseguir chamar mais bikers e colocar o TransPortugal mais apetecível para que mais gente viesse fazer a prova.


Relembro de falarmos de situações como, Prémios Monetários; Acampamentos; encontrar patrocinadores mais mediáticos, encurtar a distancia e os dias de prova. (Nada como um bom Brain Storming após 100 km de bicicleta).




A que na altura pareceu mais exequível foi a de tirar dias à prova e ao mesmo tempo encurtar a distancia, tarefa que também não parecia fácil, uma vez que o figurino de unir Bragança a Sagres por fora de estrada teria que continuar.


E eu, mais uma vez com a minha grande boca, disse logo que se as duas situações se concretizassem - menos dias e menos Km - o António podia contar comigo para competir no ano a seguir.


E assim após terminar a Super de 2005 e com pouca vontade de voltar a andar de bicicleta, lá sou informado pelo António Malvar que tudo se confirma, a prova perde 3 dias e passa a ser feita em 8 dias e perde também perto de 200 Km para os actuais 1.000 Km de prova, e passa a ser mais cedo no calendário.

Resumindo a TransPortugal passa a ser mais dura e deixa de ter dias de descanso. E eu como prometido ia lá estar, mais uma vez, para ver e participar. Porque acima de tudo o evento continuava a contar com o selo da Ciclonatur e da Garmin.

O que aprendi nessa altura é que não se deve mesmo fazer promessas durante um aprova como o TransPortugal, quando mais não seja porque a cabeça não está bem oxigenada.


Nas fotos temos:
- Veet Herman a atacar mais uma curva na calçada romana de Monsanto
- Sergio Cano a preparas a fantástica passagem pelo fio dental antes da Cordoama

Um abraço e pedalem muito

Nuno Machado #50

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Cape Epic Mais perto

COMEÇARAM OS TREINOS

Já não há volta a dar os treinos do Team M&M para o Cape Epic 2008 já começaram e até ao dia 24 de Março de 2008 já não param, depois vem a longa viagem que nos vai levar até Knysna onde chegaremos no dia 26 mas estes passos conto para a próxima.

Nesta fase quer eu quer o André vamos construir e criar volume, que não é mais do que habituar o corpo às horas em cima do selim (ou perto dele). O importante nesta fase, como nós dizemos, é fazer horas e de preferência entra as 10h e as 14 horas semanais. Isto de forma crescente durante as próximas 4 semanas. O factor preponderante nesta fase, pelo menos para nós, é perder peso e trabalhar a nível cardiovascular.

Depois lá virão mais duas fases uma em que se abusa das horas chegando às 17 horas por semana e das forças nalguns dos dias o importante é mesmo abusar e nunca andar a meio termo. Ser rápido quando nos sentimos bem e muito lento quando estamos mal e assim vamos gerindo sensações.

Sem nunca esquecer que o descanso faz parte do treino e que ainda existe o trabalho e a vida pessoal.

Depois chegam os últimos 77 dias e esses obrigam a treinos ainda mais específicos com um esquema bem pensado de séries de força, de Sprints, de andar junto, de subir, de descer e a cima de tudo de diversão.

E para tudo isto só nos restam 176 dias pois o Cape Epic está cada vez mais perto.

Um abraço e pedalem muito


Nuno Machado#50

domingo, 23 de setembro de 2007

Já era o Nuno Machado # 50 - TransPortugal 2005

TransPortugal 2005

Quando no final de Setembro de 2004 (em plena realização do Caminho de Santiago) me comprometi a realizar a Supertravessia em 2005 não me passava sequer pela cabeça no que me estava a meter. Embora alguém me alertasse para o que estava para vir, que grosso modo se resume a 11 dias passados ou em cima ou muito perto da bicicleta, fazendo perto de 1200 Kms e cerca de 23.000 mts de acumulado de subida, sempre guiado pelo GPS. Isto só para unir Bragança e Sagres.

A Preparação

A preparação não podia esperar era preciso começar um “esquema” que me permitisse estar apto a passar muito tempo, por dia, em cima da bicicleta e durante muitos dias. Para tal contei com a preciosa ajuda do Vitor Gamito e do seu sistema de treino. Definimos dias e tempo de treino e objectivos intermédios que iriam servir para balizar a minha evolução. Todo o esquema caiu por terra pois, em Janeiro, uma valente queda e uma fractura de clavícula colocaram-me no sofá durante 11 semanas. Volta aos treinos só a meio de Abril. Os treinos então ficaram mais intensos (por vezes bi-diários) para voltar a criar massa muscular e endurance. Feitas as contas faltavam cerca de dois meses para o inicio da aventura.

A Partida para Bragança

Antes do arranque ainda passamos no Aeroporto para apanhar dois participantes vindos dos EUA (Genuíno Madruga e Cal Burgart), com o Genuíno tudo bem mas com o Cal as coisas não corriam pelo melhor, entre problemas de voos, e atrasos no embarque em Paris, eis que a sua bagagem inclusive a bicicleta, não chegam a Lisboa. (acabariam por chegar no dia seguinte a tempo de o Cal seguir para Bragança e alinhar à partida)

A Adaptação

No dia anterior ao da partida fomos fazer uma curta adaptação à primeira etapa, entrar em montesinho e sentir o calor transmontano (40º C às 12h). Deu logo para perceber que ia ser muito duro e que hidratar seria palavra de ordem ao longo dos 11 dias. Neste dia ficamos ainda a conhecer o Checo Vit Herman que após ter aterrado em Madrid montou a bicicleta e veio a pedalar até Bragança, demorando 3 dias a percorrer a distância.
Tempo ainda para os últimos acertos nas máquinas, primeiro briefing (acto que se viria a tornar solene nos próximos dias), distribuição dos números e ultimas duvidas.

Dia D
1ª Etapa – Bragança – Sendim – 108 Km – 2750 mts de acumulado
Uma das mais duras

Felizmente as previsões apontavam para uma descida da temperatura de cerca de 5º C (35º já é mais aceitável do que os 40º do dia anterior).

Após o pequeno almoço começa a azáfama da partida, verificar pneus pela ultima vez, ver suspensões, lubrificar corrente, limpar algumas peças vitais, tudo serve para esconder ou enganar algum do nervosismo que se instala nestas alturas.

10 horas, partida para a Supertravessia 2005 (alguns já tinham partido fruto da bonificação por idade). Os primeiros Kms conduzem-nos até Montesinho, para começar-mos a subir quase 15 kms. Depois um sobe e desce constante, e no final de cada descida lá encontrava-mos o Rio Maçãs. Chegada a Quintanilha. Paragem para reabastecer de água e comer uma barra (água, barras e gel, a grande companhia durante todas as etapas). Até aqui já me tinha cruzado com participantes a arranjar alguns furos. Eu acabei por furar na subida da Senhora da Ribeira, mas decidi não fazer nada e deixar o Magic Seal actuar (decisão que se veio a revelar benéfica para a conclusão da etapa). De facto o Magic Seal actuou e segui de novo entre sobe e desce até Vimioso onde voltei a reabastecer de água. De seguida vinha a subida do dia que nos leva até Caçarelhos. Como alguém diria é uma subida em que se vai a morder o guiador, e tudo após cerca de 90km a pedalar ao sol. Depois de terminada a subida chega a ultima parte da etapa. Nesta fase eu pensava ganhar algum tempo pois a chegada a Sendim é rápida, mas o cansaço e vento sul (contra) fizeram com que o final não corresse como tinha planeado.
Assim o excesso de zelo (tentar sempre controlar a fadiga) quase me fizeram chegar após o fecho do controlo (salvo por 1m 27 s). No final lá estava o prémio diário, a tenda da Ciclonatur com o repasto de frutas, sumos e demais alimentos que a Berta e a Louise nos preparam, e que se tornou um clássico dos finais de etapas. Onde nos encontrava-mos e partilhava-mos as experiências de cada dia.

2ª Etapa – Sendim – Freixo de Espada à Cinta - 67 Km – 1581 mts de acumulado
Primeiro Contacto com o Douro – Etapa das Aldeias

Depois de uma primeira etapa dura a 2ª parecia bem mais fácil quer em numero de Km quer em desnível acumulado, como tal a dificuldade de hoje era o fecho do controlo (que ditava um tempo máximo de conclusão da etapa em 5h 30m).
No entanto era dia de ver o Rio Douro e de passar por um sem numero de aldeias ao longo dos 67 Kms que nos separavam de Freixo de Espada à Cinta.
O inicio da etapa é muito rápido e leva-nos em estradão largo até Bemposta para a primeira dificuldade do dia uma calçada romana (uma óptima oportunidade para desmontar e esticar as pernas) que nos leva até Lamoso, seguida de uma descida até ao rio. Nova subida a pé chegada a Algosinho para depois se seguir rapidamente para Ventoselo; Vilarinho dos Galegos, fazer a subida (esta montado) até Bruçó. – Paragem para reabastecer e comer. Entrar de novo numa zona rápida por entre lages e alguns degraus em direcção a Lagoaça, seguir para Fornos e após alguns Kms sermos brindados com a vista do vale do Douro e assim seguimos com o Douro como companhia durante a descida para Mazouco. E finalmente seguir para Freixo de Espada a Cinta onde estava a linha de meta, mas claro ainda faltava subir os 200 mts de calçada até ao Castelo. E assim chegamos à tenda do nosso contentamento.

3ª Etapa – Freixo de Espada à Cinta – Alfaiates - 122 Km – 2355 mts de acumulado
A Etapa do Douro

A saída de Freixo não dá para aquecer nem para pensar muito, pois começa logo a subir em direcção ao Penedo Durão (de onde se volta a ter vista privilegiada sobre o Douro). Aqui sou brindado pela escolta de um abutre que me acompanha, a menos de 10 metros, durante o tempo em que sigo no cimo do penedo (que imagem!!). Depois a descida para Poiares e de seguida um single track fabuloso, cheio de pedras e muitos degraus, ganchos e sempre com a falésia ali ao lado. Depois seguir ao lado do Douro até Barca d’Alva e depois de cruzar o rio seguir para a subida do dia perto de 15 Km até Figueira de Castelo Rodrigo e para terminar a dificuldade fazer a rampa (com perto de 15% de inclinação) que nos faz chegar a Castelo Rodrigo. Paragem para reabastecer e comer (descubro que o gelo é um grande aliado dos líquidos no Camel Bak). Faltavam perto de 72 Km para o final e o facto de serem mais a direito não implicava que fossem mais fáceis pois bastava que o vento estivesse sul para infernizar este final. E de facto estava vento sul, felizmente não muito quente. Na descida após Castelo Rodrigo o Sérgio foi atingido por uma águia que levantou voo atrás de um arbusto. – Como ele disse “una aguila con patas amarillas, como en las peliculas.”. Passagem pelo interior de Almeida sempre junto à muralha, e depois fazer os Kms finais em estradão largo à velocidade que o vento permitia. E claro está que na chegada a Alfaites tivemos ainda que subir para a linha de meta e para a tenda.
Esta etapa fica ainda marcada pelo facto de o Ricardo Melo que lutava pelo 1º lugar ter parado para ajudar o Luis Rangel (7º) num problema com a corrente. Um exemplo do desportivismo que impera na TransPortugal.

4ª Etapa – Alfaiates – Monfortinho - 85 Km – 1800 mts de acumulado
A Etapa da Malcata

A saída para o 4º dia também começa logo em subida pelo meio de uma mata de castanheiros que nos leva até ao ponto mais alto de toda a TransPortugal (1.100 m de altitude) a serra do Homem de Pedra que depois desce em direcção à aldeia de Fóios. Esta aldeia tem a particularidade de ser o ultimo ponto de água potável até ao final (a mais de 70 Km), como tal a organização decidiu criar um ponto de abastecimento, sem penalização, perto do Km 45. A entrada na Malcata (onde os linces já não aparecem) coloca-nos num local bem longe de tudo com muita pedra à mistura o que leva a que alguns furem por mais que uma vez, e depois de ter que parar para encher o pneu de trás decido que no final da etapa mudo de pneu. Dentro da Malcata o sobe e desce é constante com descidas rápidas no meio de muita pedra e que nos levam até um eucaliptal, onde se torna penoso andar de bicicleta pelo pó que se levanta e pela pedra escondida. Após o abastecimento entramos numa zona mais rápida que nos leva até uma reserva de caça (javalis e veados) onde pudemos entrar e que nos faz subir até à Barroca do Guez entre Serras. De seguida entramos numa descida larga mas de mau piso com muitos buracos e muita pedra a espreitar nos buracos (ainda não sei como não caí num deles). Depois chegamos ao Rio Erges que atravessamos para o lado de Espanha onde seguimos sempre junto à margem do rio para mesmo no final o termos de atravessar com a bicicleta às costas e água pelo joelho em direcção às termas de Monfortinho onde estava o final da etapa...
...e a tenda.





5ª Etapa – Monfortinho – Ladoeiro - 86 Km – 1973 mts de acumulado
Para mim a mais bonita

Aproveitei os momentos antes da partida para trocar o pneu de trás, escolhi fazer uma alteração ao que trazia até aqui e montei um 1,95 que se mostrou ser mais indicado para as etapas que estavam para vir.
A partida foi rápida e rolei a boa velocidade até à base de Monsanto com alguns troços em mata com muita sombra. Aqui esperava-nos uma boa calçada romana que nos levaria até ao cimo da aldeia mais portuguesa de Portugal. A calçada parece que inclina mais a cada curva. Depois começamos a descer, também em calçada romana, em direcção ao vale de Idanha-a-Velha, não sem antes percorrermos uns pequenos montes com tendência de descida e alguns singletracks que se cruzam e nos levam até à aldeia. Por esta altura o Cal Burgart tinha embatido com um arame atravessado no meio do trilho e que pelos vistos servia de portão. Como passou primeiro, deixou-o sinalizado para que o mesmo não ocorresse com mais ninguém. Uns Kms mais à frente nova subida, desta vez em calçada medieval, que nos levou até Idanha-a-Nova (mais um bom empeno). Depois foi só seguir até ao final da etapa em Ladoeiro. Depois da paragem obrigatória na tenda, a piscina do Hotel já estava a nossa espera.

6ª Etapa – Ladoeiro – Castelo de Vide - 108 Km – 2371 mts de acumulado
A etapa do Tejo

Mais uma saída rápida, pelo menos até entrar-mos numa zona onde o areão teimava em não deixar as rodas saírem do mesmo sitio. E assim seguimos até às proximidades de Lentiscais, uma aldeia onde a carroça puxada por burros ainda é um grande meio de transporte. De seguida entramos numa zona de algum sobe e desce até Perais e depois até Vila Velha de Rodão. Neste local onde fazemos a travessia do Rio Tejo (por ponte) parei para reabastecer e comer com calma. Segue-se um trilho bem ao lado do Rio Tejo (mais uma grande vista) que após uma subida nos deixa em Salavessa a que se segue mais uma boa oportunidade para desmontar e esticar as pernas, num singletrack bem inclinado e a subir. Para a história da etapa fica ainda a subida final para Castelo de Vide, mais uma calçada medieval que no seu final tem uns degraus que nos levam a atravessar a muralha e nos deixavam junto à linha de chegada.

7ª Etapa – Castelo de Vide – Campo Maior - 85 Km – 2033 mts de acumulado
As ultimas serras antes das planícies Alentejanas

Uma etapa que fica marcada pelas três subidas – Urra; Marvão e S. Mamede.

Ainda nos estamos a refazer da Serra da Urra e já estamos a subir de novo em direcção a Marvão, a subida tem uma boa parte em calçada que termina nuns valentes degraus que tem que ser feitos à mão. Depois de uma volta turistica pelo centro da vila sempre dentro do castelo, saímos de novo para mais uma calçada medieval embora desta vez seja a descer, nem por isso se torna mais fácil pois os valentes cotovelos com degraus obrigam a descer com cuidado. De contar ainda que no final da descida apanhei um grupo grande a tratar de mais um problema com o cabo de mudanças do Luis Rangel (estavam lá o 3º e 4º lugar – mais uma vez o fair play em evidencia). Não precisei de parar pois já estava resolvido. De contar ainda a subida a S. Mamede primeiro por estrada e no final no meio de alguma pedra solta. Depois a descida rápida pelo meio do eucaliptal. E infelizmente o final da etapa teve que ser feito em grande parte por alcatrão para evitar os inúmeros portões que existem pelos trilhos da região. O final bem no centro de Campo Maior, onde a rádio local teve curiosidade em saber o que se passava. E depois mais um mergulho na piscina do hotel.

8ª Etapa – Campo Maior – Monsaraz - 109 Km – 1993 mts de acumulado
Contacto com o Guadiana – e os cães

No briefing da etapa fomos avisados para um problema que poderia acontecer perto do Km 20 – os cães. Ao que parece é usual nesta zona aparecerem uns quantos cães que nos obrigam a pedalar mais rápido. Todos ficamos a pensar o que faríamos aos cães para os afastar.
A minha resposta veio ao pequeno almoço. Preparei um belíssimo croissant que deveria fazer as delicias dos canídeos.

A etapa começa muito rápida e assim facilmente chegamos ao local onde hipoteticamente estariam os cães, mas felizmente que dos cães nem sinal. Seguimos rápido e já perto do km 40 quando passamos pelo meio de algumas estufas, perto de Jeromenha, eis que surgem uns valentes cães, com um ar pouco amistoso. Lá foi o croissant para bem longe, e com ele os cães (a arma afinal teve utilidade). A etapa seguiu mais ou menos plana e rápida, ao lado da albufeira do Alqueva,(mais um lavar de olhos pela magnifica vista) até à subida para o Geodésico do facho, uma subida curta mas com alguma pedra solta. Até ao final ainda de salientar que fui atacado por enxame de vespas que me deixaram a perna e o braço esquerdo um pouco mal tratados. E a chegada a Monsaraz é precedida de mais uma boa calçada medieval que nos leva até ao castelo e à tenda onde tenho mesmo que colocar gelo na perna na zona das ferroadas.

9ª Etapa – Monsaraz – Castro Verde - 161 Km – 2245 mts de acumulado
A mais longa

O dia prometia, 161 Kms feitos no coração da Planície Alentejana com promessas de subidas de temperatura.

Embora a etapa seja muito longa é sem duvida a mais rápida. A saída de Monsaraz é feita fora de estrada, mas rapidamente somos obrigados a “comer” alguns Kms de alcatrão (culpa da albufeira do Alqueva). Voltamos a seguir rapido e junto de Santo Amador vejo algo que me parece irreal, uma estrada em alcatrão que termina na margem do rio e que que recomeça na outra margem (estamos a falar de cerca de 5 metros de distancia entre margens). Seguimos sempre rápido pela maior quinta do país (a Quinta dos Machados) e perto do km 90 a organização faz uma neutralização. Um pouco mais à frente era preciso atravessar o Guadiana mas a abertura das comportas do Alqueva tinha tornado esse ponto intransponível. Durante os 70 Kms que faltavam tempo ainda para passar por Salvada; Cabeça Gorda; Trindade; Albernoa e Entradas. Depois de Entradas os ultimos 14 Kms tornam-se muito maçadores pela quantidade de portões que se tem de abrir e fechar (é importante passar sempre para o outro lado) e voltar a seguir caminho. De repente ao fundo lá aparece Castro Verde, seguimos os últimos 6 km sempre com a vila à vista. E à chegada de um dia tão duro (muitos Kms e muito calor) lá estava a tenda com o reforço bem na sombra das arcadas do hotel.

10ª Etapa – Castro Verde – Rogil - 124 Km – 2552 mts de acumulado
A mais dura

Depois de se fazer 160 Km pode parecer que 124 Km serão bem mais fáceis. Mentira. O que estava reservado para a penúltima etapa era só o mais difícil da TransPortugal. Pela extensão; pelo acumulado de subidas e pelo cansaço acumulado ao longo dos últimos 9 dias.

A etapa tinha ainda como atractivo o facto de deixarmos a planície Alentejana e entrarmos na Serraria Algarvia (hoje já não sei o que é melhor).

A saída é rápida até perto da Aldeia das Amoreiras onde deixamos a planície e entramos no sobe desce primeiro com duas subidas com alguma sombra que depois descem para nos guiarem até à Barragem de Corte Brique. Onde devido à seca o nível da água é tão baixo que os barcos estão atracados no meio do pó. Voltamos a seguir em sobe e desce até Santa Clara onde paramos para abastecer numa fonte bem escondida no meio de uma horta e com uma zona de sombra fantástica, e água bem fresca encheu-nos os Camelbak, e deu direito a um bom banho refrescante. Depois da subida que nos faz deixar Sta. Clara, seguimos mais uma vez em terreno um pouco mais fácil até às imediações de Vale Touriz, mais um pouco de sobe e desce e chegada ao Vale Porco (onde mais uma vez a organização tinha colocado um ponto de água sem penalização) e começa a preparação para a subida do dia. – Portela da Brejeira – subida no meio de Eucaliptal que só tens duas variações 1º muito inclinado com bom piso (lá fomos a morder o guiador) e 2º um pouco menos inclinado com mau piso. A meio da subida olho para o Polar e o coração não passava dos 136 Bpm (eu bem que queria mais) parei encostei a cabeça ao guiador e dormi um pouco. Quando arranquei já conseguia ir até aos 150 Bpm. E quando pensamos que a subida já acabou e que vamos largar o Eucaliptal eis que começa o sobe e desce no cimo da serra (com uma vista fantástica, mas que na altura não tem muita importância) e quando já estavamos fartos de Eucaliptos eis que começa a descida em direcção a Zambujeira de Baixo. O Genuíno Madruga ainda teve tempo para umas cambalhotas por cima de um Eucalipto, “quando seguia a 120”, como ele dizia. Felizmente ficou-se só por uns quantos arranhões espalhados pelo corpo. Mais uma vez imperou o fair play e o Henrique Soudo, que discutia o 8º Lugar, parou para ajudar. E de seguida a ultima dificuldade do dia a curta subida (900 mts) que nos deixa muito perto do final. Depois era só rolar mais um pouco até ao Rogil e ao final da etapa.

11ª Etapa – Rogil – Sagres - 69 Km – 1298 mts de acumulado
O epílogo – O mergulho no mar após 11 dias

É verdade só faltavam perto de 70 Km para a aventura chegar ao fim. Era dia de seguir com calma e levar as pernas e a bicicleta até Sagres. As posições já estavam quase todas definidas e o lema era aproveitar o ultimo dia.

Mais uma vez começou rápido e após a subida em paralelo para o Castelo de Aljezur comecei a sentir o cheiro do mar (sinónimo que já estava mais perto do fim). A seguir a Aljezur seguimos a direito até à arriba de onde se avista a Carrapateira. E lá estava o mar (mais uma vista tipo postal ilustrado). Depois de sair da Carrapateira mais um pouco de estradão em direcção à Praia do Amado. Fazer a subida a pé (um single track muito estreito com a falésia ali ao lado) Volta a descer e volta a subir para depois se entrar numa zona de pinhal com alguma areia, que não ajuda muito à progressão. Passagem pelo Parque Aeólico Lagoa do Jardim. Descida para a Praia da Barriga e nova subida que nos leva até mais uma zona de risco, o “fio dental”, mais um single track na falésia que termina na Praia da Cordama. Resta fazer a ultima subida da TransPortugal, a proximidade do final dá-nos força extra. Depois foi só seguir quase sempre a direito, com muito vento, até Sagres onde se bem me lembro foi o único local onde apanhamos vento a favor, durante cerca de 5 kms rolamos com vento pelas costas e bem a cima dos 50 Km/h. Viragem para a Fortaleza; saída em direcção à arriba e fazer os últimos metros que nos separavam da praia. E ali estava a meta, com a tenda de reforço, bem junto à areia. Foi só o tempo de desligar o GPS e correr para a água, afinal foi para isso que saí de Bragança. Estava feito tínhamos unido Bragança a Sagres em 11 dias em bicicleta.

E assim terminávamos uma das provas mais difíceis do mundo, por vários aspectos.

Pelos Kms; pela dureza do percurso; pelo calor; e pelo numero de Kms que fazemos completamente isolados e em autonomia. Sem duvida um bom teste físico mas também um grande teste psicológico.

Agradecimentos

A toda a organização pelo espírito com que encara esta prova de esforço.
Ao António Malvar por continuar a juntar estes grupos de loucos
À Berta e à Louise por fazerem do final de etapa um sitio bem apetecível.
Ao Bruno, ao Nuno a paciência que tiveram para esperar por nós nos C.P.
Ao António Pereira ter paciência para pedalar ao meu ritmo quando foi preciso.
Ao Henrique Soudo pelas sessões de Fisioterapia que me devolveram o ombro.
E mais importante à Isabel que teve paciência para me apoiar e partilhar com um pedaço de alumínio com rodas durante os últimos meses.

Parabéns

Ao Cal Burgart, porque ganhou.
Ao Ricardo Melo, porque foi o mais rápido (6 recordes de etapas e o recorde da prova)
Ao Vit Herman, porque veio de Madrid de bicicleta
E a todos os que venceram os 1124 Kms e ganharam grandes histórias para contar.

Muito Obrigado

Nuno Machado # 50

domingo, 16 de setembro de 2007

O caminho até ao Nuno Machado #50 - 8ª Parte

ENTRE O SOFÁ E BRAGANÇA

Lá estava eu atirado para o sofá sem poder treinar e com algumas dores no ombro direito, após a fase de recuperação e das ligaduras cruzadas nas costas lá veio uma fase em que as ligaduras deram lugar a um imobilizador amovível, e assim já podia treinar na estática e se me lembro devo ter feito entre 800 a 1000 km de estática no mês de Março.

Depois veio o tempo da fisioterapia e de umas valentes sessões com quase 3 a 4 horas com o Dr. Henrique Soudo todas as Quintas Feiras e a verdade é que o meu ombro começava a dar sinais de vida e de uma rápida recuperação.

Então veio o primeiro passeio longo na Bicicleta e nada melhor do que 75 km na Serra da Estrela, o passeio da ciclonatur. Era um passeio só com 3 subidas e 3 descidas e o acumulado cerca de 2.700 mts um bom treino que me ia deixar perceber em que fase de preparação para a SuperTravessia estava.

Um passeio em que as subidas eram longas e a ultima muita dura, quanto às descidas essas eram bem boas e uma delas com uns valentes ganchos deixavam-me perceber que ainda não estava com o ombro a 100%, pois alguns dos impactos provocavam-me alguma dor. E assim lá fiz os Kms que tinha que fazer e percebi que não estava assim tão mal fisicamente.

Até ao começo da SuperTravessia ainda ia ter mais um bom teste, O PORTALEGRE 100, e lá fomos mais uma vez com a familia, a minha e a do José Carlos, para mais um teste nas terras Alentejanas. Este ano pareceu-me muito mais fácil e lá foi correndo ao sabor do pó e das companhias de ocasião, volto a encontrar o Nuno e lá vimos os dois durante alguns Kms a pedalar juntos. O José Carlos tinha decidido levar um ritmo mais lento, o que se revelou prejudicial pois ao chegar ao abastecimento dos 60 kms, já sem alimentação, foi brindado só com laranjas uma vez que já não havia mais nada. E sem conseguir comer lá teve que desistir. Eu lá aí seguindo até ao final onde cheguei em 7h 40m. (num ano tinha tirado 2 horas ao meu tempo) Fiquei satisfeito e na segunda feira lá foi ter com o António Malvar para confirmar a minha inscrição na SuperTravessia, e nesse monento o numero 50 passou a fazer parte da minha assinatura. O 50 era o meu numero para a mias mítica prova do calendário nacional de BTT. E assim será sempre que eu decidir ir até Bragança para depois descer até Sagres com a minha Bicicleta.

Depois foi só manter o esquema de treino e esperar pelo dia e que fomos para Bragança mas isso conto para a próxima.

Um abraço e pedalem muito

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

O caminho até ao Nuno Machado #50 - 7ª Parte

ENTRE SANTIAGO E O SOFÁ

Após a chegada de Santiago começou uma nova época de BTT, começavam as viagens até à Serra da Arrábida. estas Bike Trips eram fruto das propostas do Henrique e da João para que eu os acompanhasse até à outra banda para umas sessões de BTT com o Luís; o Tó e o Mário (o da Bike Zone). Grandes voltas, grandes quedas - GPS partido. Grande queda do Luís em câmara lenta num trilho em direcção à Comenda (quem se lembra vai rir de certeza), singletrack das Antenas, subir a cobra, o cai de costas, trilho dos moinhos, idas ao Cabo Espichel, muitos Km's e muita diversão

Pelo meio aparece a maratona de S. Brás de Alportel uma Maratona bem Extreme com muita subida. Antes de a ir fazer liguei ao Pedro da Associação SanBrajense a perguntar se era rompe pernas e ele lá me avisou que não era rompe pernas mas era muito duro. a prova seria ganha pelo Nélio Simão e eu ganhava mais um amigo do BTT, esse grande personagem que é o Exmo. Sr. Ludos, que foi a minha companhia nos últimos Km's daquele empeno onde a temperatura chegou a rondar os 30º e onde os 3 abastecimentos disponíveis foram mesmo muito fracos, num deles a água saía de uma mangueira para dentro de dois garrafões, e que eu me lembre a água não deve ser verde, mas o calor e a sede obrigara-nos a beber aquele liquido. ainda tempo para ver e ouvir o cumulo do grito humano, isto por um jovem que eu pensei que tivesse do caído da falésia, mas não, ele estava deitado no meio do trilho com caímbras em todos os músculos que se possa imaginar. esperamos pelo jipe dos bombeiros e lá foi ele deitado de costas com as pernas a 90 graus.

Decido que para começar a preparar a SuperTravessia preciso de ter um esquema de treinos mais completo e pensado por alguém que perceba mais de bicicletas do que eu. Chego até ao Site do Vítor Gamito e começamos a preparar em conjunto o meu esquema para estar mais preparado quando chegar a Super. Começamos com a fase de preparação, com algumas horas, frequências cardíacas baixas muita rotação e lá aparece a minha segunda bicicleta - uma kettler estática capaz de me pôr a treinar com chuva e durante a noite. Uma vez que os dias já começavam a ficar bem mais curtos.

Pelo meio lá chega mais uma clássica - o primeiro G100 - E mais uma vez lá arrancamos de madrugada, eu e o José Carlos, para irmos fazer o gosto ao pé na pacata Grândola - Vila Morena. Ocasião para rever o Ludos e fazer os últimos 50 Km na companhia de uma Trek Azul. Foi uma prova bem gira com muita paisagem diferente, as boas subidas, uns bons Singletracks e boas descidas, os excelentes pasteis de nata e óptimos Ice tea de cada abastecimento. E um record fazia os 100 km em pouco mais de 7h 30m. Os treinos estavam a dar resultado.

Volta a Lisboa e às voltas de Sintra, Arrábida, Monsanto e às "voltas" da estática, cada bocadinho é aproveitado para melhorar a minha condição.

E no dia 16 de Janeiro a coisa ia mudar todo o esquema de treino, numa volta de treino em Sintra começo a fazer uma descida, e o gato começa a atravessar o trilho, não dá tempo para nada, só para agarrar os travões e ao bater no gato saio disparado pelo ar, tiro o brevet pelo caminho até que ao aterrar oiço a clavícula a estalar. Já estava não havia mais nada a fazer. Foi o tempo de ligar ao meu Irmão que veio buscar para ir ao Hospital e ficar completamente enfaixado até ao mês de Março. Já não me recordo de ler tantos livros em tão pouco tempo.
Aliás o tempo passou foi a ser muito.
De repente estava mais longe da Super Travessia e mais longe de ser Nuno Machado #50

Mas estava muito mais intimo do meu sofá

Um abraço e pedalem muito

domingo, 2 de setembro de 2007

XURÊS OU GERÊS, MAS MUITO EXTREME

Nem sei bem como hei-de começar, se por dizer que achei duro ou por dizer que acabei por fazer apenas os primeiros 62 km porque achei duro.

Aliás começo muito antes, algures a 9 de Julho telefonei ao Telmo e desafiei-o para dar-mos um salto ao Gerês e fazermos a Maratona Extreme do Gerês, claro que o convite só continha os 116 Km (pelos vistos 120 km no final), ele lá aceitou renitente e fizemos as inscrições.

No dia 31 de Agosto arrancava para o Porto para mais uma Bike Trip, combino um jantar com o João Marinho e com o José Silva - os homens do momento após o 22º lugar no Transalp e da presença no campeonato do mundo de maratona. O João eu já conhecia e o Zé conheci nessa noite. Após apurada escolha da ementa, muito por culpa das limitações alimentares e nutricionais do João e do Zé, lá começamos a comer. - O que o João e o Zé comeram eu não conto a ninguém, mas a verdade é que no dia seguinte o Zé fazia 2º e o João fazia 3º. falamos de algumas ideias que temos para 2008 e entre "Cape Epics" e outras provas mundiais lá foi correndo o nosso jantar.

Após o jantar eu e o Telmo lá seguimos para Lobios onde íamos pernoitar, não sem antes dar-mos uma grande volta uma vez que o Telmo, contentíssimo com o seu GPS, se enganou a colocar o local de destino e só na subida da Serra do Gerês lhe pergunto, qual o sitio de destino e ele me responde que tinha colocado um restaurante. Lá chegamos com o carro com as Bikes e todo o nosso material e dirigimo-nos ao controlo/secretariado. Tempo de rever um bom amigo, António Pereira e de falarmos mais um pouco antes de irmos para o Hotel.
Ao montarmos as Bikes no Hotel reparo (era impossível não reparar) num barulho que o disco da frente faz quando a roda rodava. A pouca luz no exterior do Hotel obriga-me a tentar descobrir o que é na manhã seguinte.

Após ter dormido 3 horas lá consigo descobrir o que tem o disco e resolvo a situação. O disco tocava na bomba do travão e tive que colocar umas anilhas mais altas para fazer a bomba subir. Algo que já podia ter descoberto não fosse o facto de não pegar na Bike à perto de 20 dias.

E lá fomos para a partida. No briefing o Ramiro ia dizendo que os primeiros 60 Km eram os mais fáceis e que depois é que começavam as dificuldades.

Assim comecei com calma pois o inicio era logo com 7Km de subida para aquecer as pernas, e a partir daqui foi um constante de sobe; sobe; sobe; desce; sobe; sobe; sobe; desce, não dando lugar a grandes descansos. De facto as subidas obrigavam a pedalar com muita energia e as descidas obrigavam a atenção redobrada uma vez que algumas delas tinham alguma componente técnica "como nós gostamos". E lá fomos avançando por entre barragens, bosques, calçadas a descer e a subir, muito calhau, alguma água, tempo para ouvir umas travagens mais bruscas atrás de mim. E lá chega o primeiro abastecimento. Tempo para retemperar. E após o arranque acontece algo de muito estranho acontece sinto uma picada por trás do joelho direito (algo muscular) continuo a pensar que passava mas volta a doer e no inicio da subida que nos levava até aos 40 Kms começo a defender-me e a baixar o ritmo. Mas a verdade é que andar a baixo do meu ritmo normal começa a massar, pelo excesso de rotação que tenho de fazer (já vinha em "talega pequenina") e volto ao meu ritmo,imponho mais força e passado um bocado estou sem água, começam as caimbras e tomo a decisão que tenho que abandonar aos 62 Km.

Um pouco mais à frente o Telmo apanha-me e fica surpreso, seguimos juntos ele a animar-me e a tentar levar-me para os 80, mas a minha decisão estava tomada. Lá fomos desfrutando das belas paisagens em ritmo de passeio, somos alcançados pelo Ricardo e pelo Francisco (dois Portugueses que já fizeram o Cape Epic) que se tinham perdido e lá viemos juntos até ao final 62 Km e quase 6 horas depois de termos começado.

Após o banho tempo para rever mais uns amigos da Super Travessia e lá ficamos em conversa até à cerimónia do podium.

Em termos de conclusão acho que os trilhos eram bons e bem marcados (nalgumas viragens as placas podiam ser maiores), todos sabíamos que era extreme por isso tinha de ser dura, mas talvez colocasse mais algumas Zonas de Abastecimento com: mais fruta; bebidas isotónicas, e outro tipo de barra. - Mas isto transmiti à organização e para o ano vou lá conferir se responderam aos meus caprichos.

Quanto a mim fiquei a perceber que até ao Epic vou ter que treinar com muita cabeça.

Um abraço e pedalem muito

terça-feira, 28 de agosto de 2007

CAPE EPIC - AINDA MAIS PERTO - FALTAM 212 DIAS

Amigos

Já começou a contagem decrescente. A partir de agora faltam 212 dias e 5 horas para que eu e o André comecemos a pedalar no Cape Epic 2008.

É verdade a inscrição está feita e já estamos a mover esforços para melhorar a nossa condição física e mental. De resto só nos fica a faltar o dinheiro, mas não é nada que a altura do Natal não nos possa trazer.

Mas a verdade é que se alguém tiver uma empresa que gostasse de ver associada ao nosso TEAM M&M não hesite em contactar-me.

Mas o que é certo e o que esperamos, é que no dia 28 de Março estejamos em Knysna para o prólogo desta prova que durante 8 dias mais um de prólogo irá percorrer 900 Km pelo Sul da África do Sul entre Knysna e Cape Town. Quanto ao acumulado de subida serão perto de 16.000 mts, o que à partida não nos parece muito.

Até lá vou contar-vos como decorrem os treinos e irei intercalando com a forma como surgiu o Nuno Machado#50

Um abraço e pedalem muito

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

O caminho até ao Nuno Machado #50 - 6ª Parte - CAMINHO DE SANTIAGO


O CAMINHO DE SANTIAGO

Depois de termos saído de Carnaxide e de ter conhecido os colegas de aventura, que passo a enumerar:

Henrique Soudo; Maria João; Ricardo Gomes; António Pereira; Luís Rangel; Paulo Duarte; Redinha; Carretas; Nuno e claro o António Malvar que ficaria com a missão de todos os dias deixar a carrinha na zona de chegada e depois fazer o trajecto ao contrário para vir ter com o grupo, e mais alguns que se juntaram a nós para fazer as 3 ultimas etapas; o António Topa Gomes e o Pedro Cardoso.

Então lá seguimos em direcção a Roncesvalles onde iríamos passar a Noite antes de entrarmos em França - S. Jean Pie de Port - e começarmos o caminho.


Roncesvalles é uma pequena aldeia dos Pirinéus onde fomos brindados durante toda a noite com uma verdadeira tempestade Pirineíca que fazia antever o pior para o dia seguinte.
O dia acordou bem melhor do que a noite e lá fomo brindados pelo sol enquanto seguimos até S. Jean Pie de Port, aqui tratamos de recolher de recolher a nossa credencial de peregrino, onde se recolhem os selos/carimbos dos város pontos onde vamos passando que nos permitem no final demonstrar que realizamos o caminho e que merecemos a Compostela (espécie de diploma que atesta que fizemos o Caminho de Santiago). Estávamos prontos para partir.















Roncesvalles

S. Jean Pie de Port - Acolhimento de Peregrinos
1ª Etapa - S. Jean Pie de Port - Pamplona - 73 km

E assim partimos e logo após termos passado as Portas do Sol começa a subida, bastaram 2 kms para que o Luís Rangel partisse a corrente, depois lá fomos subindo são 23 Km a subir numa paisagem completamente verde e rodeada de montes. Subimos por estrada e em cada pastagem todo o tipo de animais, cavalos, vacas, cabras. Uma subida com tudo - alcatrão, pedra, e relva.
Depois vem a descida para Roncesvalles - fomos advertidos para não fazermos o single track que serve para fazer esta ligação e lá fomos seguindo por estrada a boa velocidade e a desfazer os vários ganchos com iamos sendo presenteados. - Impressiona a quantidade de peregrinos com que nos vamos cruzando. Após a saída de Roncesvalles começa o BTT mais técnico, single tracks em pedra, pedra e muitas raízes, muitos degraus feitos com toros e bem escorregadios. (uma grande etapa de BTT se um dia me convidarem para ir fazer só esta etapa é muito provável que aceite). No entanto foi um dia em que viemos sempre com algum receio pois ficamos no meio de duas fortes trovoadas durante uma boa parte do percurso.
A chegada a Pamplona é feita pelo Casco Velho e foi só seguir até ao Hotel para descansar.
Uma coisa que senti neste primeiro dia é que de facto existe no Caminho uma energia diferente.

2ª Etapa - Pamplona - Logroño - 95 km

Mais uma etapa com tudo, voltamos a cruzar-nos com muitos peregrinos e começamos mais uma vez com subida ao monte do perdão, por esta altura já todos tínhamos percebido como eram os vários andamentos e Eu, o Henrique e a João decidimos seguir os três juntos. Neste dia encontramos vários troços em obras mas que obrigaram a que se criassem caminhos alternativos.
Passagem por Puente de la reina onde se cruzam dois dos caminhos (o Real Francês e o Aragonês)
É uma das etapas mais duras tem bastantes subidas e algumas descidas com muito calhau solto o que as torna bem técnicas. Já se nota nos peregrinos a pé um cansaço diferente. Pois nesta fase muitos deles vão no sexto dia. No final do dia sinto-me bem e gozo de mais um single track em carrossel até à entrada de Logroño. Chegamos no dia da festa da cidade e o António levou-nos a provar comida da região, houve quem reclamasse com a falta de massa.


3ª Etapa - Logroño - Santo Domingo de la Calzada - 54 km


Esta é uma etapa de descanso, após dois dias duros, sabe bem. A saída de Logroño é feita pelo parque da cidade em alcatrão e logo a seguir a Navajete entramos nas vinhas da zona de la Rioja, no final de umas das vinhas encontramos uma estrada romana ladeada de pequenos montes de pedras. Eu coloquei uma pedra no cimo de um dos montes e segui. Depois seguimos rápido até Najera e após um almoço improvisado seguimos até ao final por estradões largos e muito rolantes e chegamos a Santo Domingo de la Calzada. Ficamos num hotel excelente um Parador. E foi no jantar deste dia que me comprometi a realizar a Supertravessia de Portugal em 2005. (Devia ser da falta de Oxigénio)

4ª Etapa - Santo Domingo de la Calzada - Castrillo del val - 60 km

O inicio da etapa é muito rápido e rolante até Vila Franca dos Montes de Oca onde rolamos em estrada com vento contra. Depois de Vila Franca a subida do dia com um começo técnico com muita pedra solta até entrarmos num bosque seguido de um pouco de rompe pernas para terminar numa descida rápida que nos deixa em S. Juan de Ortega . (Mais um carimbo na credencial). E no final seguimos por estrada até castrillo del Val.


5ª Etapa - Castrillo del val - Carrion de los condes- 99 km


O início era muito rápido e feito por estrada até Burgos onde no dia anterior tínhamos estado a visitar a Catedral. Neste dia subimos ao planalto e aos 900 mts de altitude o que avistamos é uma imensidão de terreno parecido com uma mesa de bilhar onde vão pontuando as cabeças dos vários peregrinos que se podem avistar a uma grande distancia.

Almoçamos no Convento de Santo António para depois nos depararmos com uma subida a meia encosta (a dificuldade do dia), para finalizarmos em estradão largo ao lado do Canal de Castilla. paragem para visitar uma Igreja Templária e depois seguir ao Mosteiro de San Zoio onde ficamos Hospedados.






















6ª Etapa - Carrion de los condes - Leon- 99 km

Esta etapa tem pouco para contar rola muito em estrada e de relevo só o facto de termos encontrado muitos brasileiros que ganham nova força quando ouvem falar português - nesta fase os peregrino a pé levam entre 18 e 20 dias a caminhar. De relevo a nossa visita ao centro de Leon e à catedral.

7ª Etapa - Leon - Ponferrada - 104 km

Volta o BTT!

A saída de Leon é feita em estrada mas esta é a etapa da subida à cruz de ferro, do grande personagem que é o templário, das fabulosas descidas e singletracks até Molina Seca mesmo muito bom e para finalizar chegada a Ponferrada que estava em festa. (Mais tarde contarei algo mais sobre esta etapa).
8ª Etapa - Ponferrada - Trabadello del camiño - 40 km

Mais uma etapa de descanso o facto de a etapa ser curta permitiu que saíssemos mais tarde e assim pudemos ficar mais um pouco na cama. Para contar só o facto de me ter cruzado com um peregrino que tinha saído da Suíça a pé no dia 1 de Julho (estávamos a 9 de setembro) ainda lhe faltavam perto de 7 a 8 dias para chegar. Depois de Vila Franca del Bierzo ainda tivemos tempo para subir uma boa subida que depois desceu rapidamente, entre singletracks e muito cascalho, até ao Hotel de beira de estrada em que ficamos.

9ª Etapa - Trabadello del camiño - Puerto Marin - 88 km

O dia começava com alcatrão mas rapidamente seguia para a subida ao Cebrero um pouco técnica com muita pedra à mistura e bem escorregadia. A subida é boa pois tem alguns empenos em que se tem de pensar antes de colocar a roda. Chegada então ao Cebrero Vila tipicamente Celta com muita casa de Pedra e telhados de colmo.

A seguir entramos numa parte de carrossel e o final é muito rápido, antes da chegada ainda tempo de apanhar um valente susto, quando o Ricardo Gomes travou após ter sido picado por uma abelha (de salientar que vínhamos a descer a mais de 50 km/h) não sei como não lhe acertei. Chegada a Puerto Marin com direito a umas belas saldas de Polvo à Galega e umas Cidras bem frescas.

10ª Etapa - Puerto Marin - Santiago de Compostela - 94 km

Era o ultimo dia da minha primeira aventura em BTT, já sentia um pouco de nostalgia, tanto que as grandes recordações que tenho deste dia são: O Monte do Gozo e a chegada a Santiago.

Relembro ainda o grande numero de peregrinos com que nos cruzamos neste dia e quanto mais perto estamos de Santiago, mais alegres se vão tornando estes viajantes. O mesmo estava a acontecer connosco e tínhamos combinado que os primeiros a chegarem ao Monte do Gozo esperavam para que entrássemos todos juntos em Santiago e assim foi. Entramos em Santiago descendo uma escadaria que nos deixou mesmo na praça principal em frente à Catedral. Aí tive o meu primeiro troféu como BTTista. À minha espera tinha a Isabel, os meu pais e o pai da Isabel (Obrigado por terem lá estado). Tinha conseguido! Tinha cumprido um sonho de muitos anos.


Quando saí de Santiago o Caminho já estava feito e trazia também a promessa de fazer a SuperTravessia.

Este é o relato puro desta minha aventura, mas a verdade é que o Caminho de Santiago foi para mim mais que um passeio de BTT, foi também um percurso onde descobri algumas coisas, e onde testei algumas vezes a minha força de vontade.
Talvez um dia vos conte um episódio passado durante a subida à Cruz de Ferro.