domingo, 2 de setembro de 2007

XURÊS OU GERÊS, MAS MUITO EXTREME

Nem sei bem como hei-de começar, se por dizer que achei duro ou por dizer que acabei por fazer apenas os primeiros 62 km porque achei duro.

Aliás começo muito antes, algures a 9 de Julho telefonei ao Telmo e desafiei-o para dar-mos um salto ao Gerês e fazermos a Maratona Extreme do Gerês, claro que o convite só continha os 116 Km (pelos vistos 120 km no final), ele lá aceitou renitente e fizemos as inscrições.

No dia 31 de Agosto arrancava para o Porto para mais uma Bike Trip, combino um jantar com o João Marinho e com o José Silva - os homens do momento após o 22º lugar no Transalp e da presença no campeonato do mundo de maratona. O João eu já conhecia e o Zé conheci nessa noite. Após apurada escolha da ementa, muito por culpa das limitações alimentares e nutricionais do João e do Zé, lá começamos a comer. - O que o João e o Zé comeram eu não conto a ninguém, mas a verdade é que no dia seguinte o Zé fazia 2º e o João fazia 3º. falamos de algumas ideias que temos para 2008 e entre "Cape Epics" e outras provas mundiais lá foi correndo o nosso jantar.

Após o jantar eu e o Telmo lá seguimos para Lobios onde íamos pernoitar, não sem antes dar-mos uma grande volta uma vez que o Telmo, contentíssimo com o seu GPS, se enganou a colocar o local de destino e só na subida da Serra do Gerês lhe pergunto, qual o sitio de destino e ele me responde que tinha colocado um restaurante. Lá chegamos com o carro com as Bikes e todo o nosso material e dirigimo-nos ao controlo/secretariado. Tempo de rever um bom amigo, António Pereira e de falarmos mais um pouco antes de irmos para o Hotel.
Ao montarmos as Bikes no Hotel reparo (era impossível não reparar) num barulho que o disco da frente faz quando a roda rodava. A pouca luz no exterior do Hotel obriga-me a tentar descobrir o que é na manhã seguinte.

Após ter dormido 3 horas lá consigo descobrir o que tem o disco e resolvo a situação. O disco tocava na bomba do travão e tive que colocar umas anilhas mais altas para fazer a bomba subir. Algo que já podia ter descoberto não fosse o facto de não pegar na Bike à perto de 20 dias.

E lá fomos para a partida. No briefing o Ramiro ia dizendo que os primeiros 60 Km eram os mais fáceis e que depois é que começavam as dificuldades.

Assim comecei com calma pois o inicio era logo com 7Km de subida para aquecer as pernas, e a partir daqui foi um constante de sobe; sobe; sobe; desce; sobe; sobe; sobe; desce, não dando lugar a grandes descansos. De facto as subidas obrigavam a pedalar com muita energia e as descidas obrigavam a atenção redobrada uma vez que algumas delas tinham alguma componente técnica "como nós gostamos". E lá fomos avançando por entre barragens, bosques, calçadas a descer e a subir, muito calhau, alguma água, tempo para ouvir umas travagens mais bruscas atrás de mim. E lá chega o primeiro abastecimento. Tempo para retemperar. E após o arranque acontece algo de muito estranho acontece sinto uma picada por trás do joelho direito (algo muscular) continuo a pensar que passava mas volta a doer e no inicio da subida que nos levava até aos 40 Kms começo a defender-me e a baixar o ritmo. Mas a verdade é que andar a baixo do meu ritmo normal começa a massar, pelo excesso de rotação que tenho de fazer (já vinha em "talega pequenina") e volto ao meu ritmo,imponho mais força e passado um bocado estou sem água, começam as caimbras e tomo a decisão que tenho que abandonar aos 62 Km.

Um pouco mais à frente o Telmo apanha-me e fica surpreso, seguimos juntos ele a animar-me e a tentar levar-me para os 80, mas a minha decisão estava tomada. Lá fomos desfrutando das belas paisagens em ritmo de passeio, somos alcançados pelo Ricardo e pelo Francisco (dois Portugueses que já fizeram o Cape Epic) que se tinham perdido e lá viemos juntos até ao final 62 Km e quase 6 horas depois de termos começado.

Após o banho tempo para rever mais uns amigos da Super Travessia e lá ficamos em conversa até à cerimónia do podium.

Em termos de conclusão acho que os trilhos eram bons e bem marcados (nalgumas viragens as placas podiam ser maiores), todos sabíamos que era extreme por isso tinha de ser dura, mas talvez colocasse mais algumas Zonas de Abastecimento com: mais fruta; bebidas isotónicas, e outro tipo de barra. - Mas isto transmiti à organização e para o ano vou lá conferir se responderam aos meus caprichos.

Quanto a mim fiquei a perceber que até ao Epic vou ter que treinar com muita cabeça.

Um abraço e pedalem muito

3 comentários:

teribo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
teribo disse...

Pode não ter corrido como a malta previa, mas n deixou de ser um grande passeio e ainda maior convivio!!! O pessoal tb curte isso... hehehe ;)
ao fim ao cabo viemos renovados (eu pelo menos) e com a alma apaziguada!!! :D

Unknown disse...

Nuno..As tuas dicas são sempre o segredo para o sucesso..Grande Abraço