terça-feira, 28 de agosto de 2007

CAPE EPIC - AINDA MAIS PERTO - FALTAM 212 DIAS

Amigos

Já começou a contagem decrescente. A partir de agora faltam 212 dias e 5 horas para que eu e o André comecemos a pedalar no Cape Epic 2008.

É verdade a inscrição está feita e já estamos a mover esforços para melhorar a nossa condição física e mental. De resto só nos fica a faltar o dinheiro, mas não é nada que a altura do Natal não nos possa trazer.

Mas a verdade é que se alguém tiver uma empresa que gostasse de ver associada ao nosso TEAM M&M não hesite em contactar-me.

Mas o que é certo e o que esperamos, é que no dia 28 de Março estejamos em Knysna para o prólogo desta prova que durante 8 dias mais um de prólogo irá percorrer 900 Km pelo Sul da África do Sul entre Knysna e Cape Town. Quanto ao acumulado de subida serão perto de 16.000 mts, o que à partida não nos parece muito.

Até lá vou contar-vos como decorrem os treinos e irei intercalando com a forma como surgiu o Nuno Machado#50

Um abraço e pedalem muito

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

O caminho até ao Nuno Machado #50 - 6ª Parte - CAMINHO DE SANTIAGO


O CAMINHO DE SANTIAGO

Depois de termos saído de Carnaxide e de ter conhecido os colegas de aventura, que passo a enumerar:

Henrique Soudo; Maria João; Ricardo Gomes; António Pereira; Luís Rangel; Paulo Duarte; Redinha; Carretas; Nuno e claro o António Malvar que ficaria com a missão de todos os dias deixar a carrinha na zona de chegada e depois fazer o trajecto ao contrário para vir ter com o grupo, e mais alguns que se juntaram a nós para fazer as 3 ultimas etapas; o António Topa Gomes e o Pedro Cardoso.

Então lá seguimos em direcção a Roncesvalles onde iríamos passar a Noite antes de entrarmos em França - S. Jean Pie de Port - e começarmos o caminho.


Roncesvalles é uma pequena aldeia dos Pirinéus onde fomos brindados durante toda a noite com uma verdadeira tempestade Pirineíca que fazia antever o pior para o dia seguinte.
O dia acordou bem melhor do que a noite e lá fomo brindados pelo sol enquanto seguimos até S. Jean Pie de Port, aqui tratamos de recolher de recolher a nossa credencial de peregrino, onde se recolhem os selos/carimbos dos város pontos onde vamos passando que nos permitem no final demonstrar que realizamos o caminho e que merecemos a Compostela (espécie de diploma que atesta que fizemos o Caminho de Santiago). Estávamos prontos para partir.















Roncesvalles

S. Jean Pie de Port - Acolhimento de Peregrinos
1ª Etapa - S. Jean Pie de Port - Pamplona - 73 km

E assim partimos e logo após termos passado as Portas do Sol começa a subida, bastaram 2 kms para que o Luís Rangel partisse a corrente, depois lá fomos subindo são 23 Km a subir numa paisagem completamente verde e rodeada de montes. Subimos por estrada e em cada pastagem todo o tipo de animais, cavalos, vacas, cabras. Uma subida com tudo - alcatrão, pedra, e relva.
Depois vem a descida para Roncesvalles - fomos advertidos para não fazermos o single track que serve para fazer esta ligação e lá fomos seguindo por estrada a boa velocidade e a desfazer os vários ganchos com iamos sendo presenteados. - Impressiona a quantidade de peregrinos com que nos vamos cruzando. Após a saída de Roncesvalles começa o BTT mais técnico, single tracks em pedra, pedra e muitas raízes, muitos degraus feitos com toros e bem escorregadios. (uma grande etapa de BTT se um dia me convidarem para ir fazer só esta etapa é muito provável que aceite). No entanto foi um dia em que viemos sempre com algum receio pois ficamos no meio de duas fortes trovoadas durante uma boa parte do percurso.
A chegada a Pamplona é feita pelo Casco Velho e foi só seguir até ao Hotel para descansar.
Uma coisa que senti neste primeiro dia é que de facto existe no Caminho uma energia diferente.

2ª Etapa - Pamplona - Logroño - 95 km

Mais uma etapa com tudo, voltamos a cruzar-nos com muitos peregrinos e começamos mais uma vez com subida ao monte do perdão, por esta altura já todos tínhamos percebido como eram os vários andamentos e Eu, o Henrique e a João decidimos seguir os três juntos. Neste dia encontramos vários troços em obras mas que obrigaram a que se criassem caminhos alternativos.
Passagem por Puente de la reina onde se cruzam dois dos caminhos (o Real Francês e o Aragonês)
É uma das etapas mais duras tem bastantes subidas e algumas descidas com muito calhau solto o que as torna bem técnicas. Já se nota nos peregrinos a pé um cansaço diferente. Pois nesta fase muitos deles vão no sexto dia. No final do dia sinto-me bem e gozo de mais um single track em carrossel até à entrada de Logroño. Chegamos no dia da festa da cidade e o António levou-nos a provar comida da região, houve quem reclamasse com a falta de massa.


3ª Etapa - Logroño - Santo Domingo de la Calzada - 54 km


Esta é uma etapa de descanso, após dois dias duros, sabe bem. A saída de Logroño é feita pelo parque da cidade em alcatrão e logo a seguir a Navajete entramos nas vinhas da zona de la Rioja, no final de umas das vinhas encontramos uma estrada romana ladeada de pequenos montes de pedras. Eu coloquei uma pedra no cimo de um dos montes e segui. Depois seguimos rápido até Najera e após um almoço improvisado seguimos até ao final por estradões largos e muito rolantes e chegamos a Santo Domingo de la Calzada. Ficamos num hotel excelente um Parador. E foi no jantar deste dia que me comprometi a realizar a Supertravessia de Portugal em 2005. (Devia ser da falta de Oxigénio)

4ª Etapa - Santo Domingo de la Calzada - Castrillo del val - 60 km

O inicio da etapa é muito rápido e rolante até Vila Franca dos Montes de Oca onde rolamos em estrada com vento contra. Depois de Vila Franca a subida do dia com um começo técnico com muita pedra solta até entrarmos num bosque seguido de um pouco de rompe pernas para terminar numa descida rápida que nos deixa em S. Juan de Ortega . (Mais um carimbo na credencial). E no final seguimos por estrada até castrillo del Val.


5ª Etapa - Castrillo del val - Carrion de los condes- 99 km


O início era muito rápido e feito por estrada até Burgos onde no dia anterior tínhamos estado a visitar a Catedral. Neste dia subimos ao planalto e aos 900 mts de altitude o que avistamos é uma imensidão de terreno parecido com uma mesa de bilhar onde vão pontuando as cabeças dos vários peregrinos que se podem avistar a uma grande distancia.

Almoçamos no Convento de Santo António para depois nos depararmos com uma subida a meia encosta (a dificuldade do dia), para finalizarmos em estradão largo ao lado do Canal de Castilla. paragem para visitar uma Igreja Templária e depois seguir ao Mosteiro de San Zoio onde ficamos Hospedados.






















6ª Etapa - Carrion de los condes - Leon- 99 km

Esta etapa tem pouco para contar rola muito em estrada e de relevo só o facto de termos encontrado muitos brasileiros que ganham nova força quando ouvem falar português - nesta fase os peregrino a pé levam entre 18 e 20 dias a caminhar. De relevo a nossa visita ao centro de Leon e à catedral.

7ª Etapa - Leon - Ponferrada - 104 km

Volta o BTT!

A saída de Leon é feita em estrada mas esta é a etapa da subida à cruz de ferro, do grande personagem que é o templário, das fabulosas descidas e singletracks até Molina Seca mesmo muito bom e para finalizar chegada a Ponferrada que estava em festa. (Mais tarde contarei algo mais sobre esta etapa).
8ª Etapa - Ponferrada - Trabadello del camiño - 40 km

Mais uma etapa de descanso o facto de a etapa ser curta permitiu que saíssemos mais tarde e assim pudemos ficar mais um pouco na cama. Para contar só o facto de me ter cruzado com um peregrino que tinha saído da Suíça a pé no dia 1 de Julho (estávamos a 9 de setembro) ainda lhe faltavam perto de 7 a 8 dias para chegar. Depois de Vila Franca del Bierzo ainda tivemos tempo para subir uma boa subida que depois desceu rapidamente, entre singletracks e muito cascalho, até ao Hotel de beira de estrada em que ficamos.

9ª Etapa - Trabadello del camiño - Puerto Marin - 88 km

O dia começava com alcatrão mas rapidamente seguia para a subida ao Cebrero um pouco técnica com muita pedra à mistura e bem escorregadia. A subida é boa pois tem alguns empenos em que se tem de pensar antes de colocar a roda. Chegada então ao Cebrero Vila tipicamente Celta com muita casa de Pedra e telhados de colmo.

A seguir entramos numa parte de carrossel e o final é muito rápido, antes da chegada ainda tempo de apanhar um valente susto, quando o Ricardo Gomes travou após ter sido picado por uma abelha (de salientar que vínhamos a descer a mais de 50 km/h) não sei como não lhe acertei. Chegada a Puerto Marin com direito a umas belas saldas de Polvo à Galega e umas Cidras bem frescas.

10ª Etapa - Puerto Marin - Santiago de Compostela - 94 km

Era o ultimo dia da minha primeira aventura em BTT, já sentia um pouco de nostalgia, tanto que as grandes recordações que tenho deste dia são: O Monte do Gozo e a chegada a Santiago.

Relembro ainda o grande numero de peregrinos com que nos cruzamos neste dia e quanto mais perto estamos de Santiago, mais alegres se vão tornando estes viajantes. O mesmo estava a acontecer connosco e tínhamos combinado que os primeiros a chegarem ao Monte do Gozo esperavam para que entrássemos todos juntos em Santiago e assim foi. Entramos em Santiago descendo uma escadaria que nos deixou mesmo na praça principal em frente à Catedral. Aí tive o meu primeiro troféu como BTTista. À minha espera tinha a Isabel, os meu pais e o pai da Isabel (Obrigado por terem lá estado). Tinha conseguido! Tinha cumprido um sonho de muitos anos.


Quando saí de Santiago o Caminho já estava feito e trazia também a promessa de fazer a SuperTravessia.

Este é o relato puro desta minha aventura, mas a verdade é que o Caminho de Santiago foi para mim mais que um passeio de BTT, foi também um percurso onde descobri algumas coisas, e onde testei algumas vezes a minha força de vontade.
Talvez um dia vos conte um episódio passado durante a subida à Cruz de Ferro.

CAPE EPIC - AINDA MAIS PERTO

Bem as minha férias já estão confirmadas e agora já só falta ter o numero de passaporte do André Malha, que será o meu partner nesta "brincadeira".

Quem conhece o André, hoje a trabalhar na MotoVedras, sabe que ele é um rider experimentado e com muitas horas de Selim.

Para os mais distraídos o André é para mim o rider mais sofrido de Portugal, isto porque (embora ande até bastante bem) é o responsável por fechar o TransPortugal. O que equivale a acordar de manhã e pedalar sempre ao ritmo do elemento que vai em ultimo nesse dia. Tal situação vale para ele o Titulo de vassoura e um acumular interminável de horas a pedalar durante essa semana. Em jeito de resumo o André é sempre o ultimo a chegar.

Mas eu por mim acho que ele gosta, ou não tivesse já feito este papel 3 vezes.

O André tem ainda no seu CV de BTTista, os caminhos de Santiago e a Travessia das Montanhas, ambos em autonomia.

E agora vai ter a sorte de ir ao Cape Epic, e o azar de ter de ir comigo.

Um abraço e pedalem muito

terça-feira, 21 de agosto de 2007

CAPE EPIC - MAIS PERTO

Sem fazer ainda muito alarido, tenho a informar os leitores deste blog que hoje recebi um convite para participar no Cape Epic.
Agora fico dependente da marcação de férias para essa altura e se poder ir de férias irei até à África do Sul.

Logo se vê.

www.cape-epic.com

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

O caminho até ao Nuno Machado #50 - 5ª Parte

De Benfica para Carnaxide - 7 horas da manhã à porta da ciclonatur

Esta fase irei passar rápido uma vez que a melhor vem a seguir, mas esta também não é má.

Com o tempo e depois de a cabeça ter esquecido o que o corpo sofreu durante Portalegre, lá fui amadurecendo a ideia de fazer o Caminho de Santiago. A emoção dizia que tinha de o fazer, mas a razão dizia que devia era ficar em casa a curtir o sofá, quanto à Isabel lá ia dizendo que o que eu fizesse estaria bem, desde que ela não tivesse que pedalar.

Usei então uma técnica de "auto-convencimento" para ter a certeza de que ia mesmo fazer o Caminho Real Francês, o que fiz foi dizer a algumas pessoas importantes da minha vida que ia fazer essa loucura e assim, quando todos me começaram a perguntar quando é que ia e como estavam a correr os treinos, eu para não dar parte fraca lá tive que começar a preparar tudo para ir.

Portanto já sabem se um dia quiserem cometer uma loucura deste tipo o primeiro passo a dar é marcar a data e contar a um punhado de pessoas. E assim já não podemos desistir se não somos uns "mariquinhas".

Voltei então a fazer contactos com a Ciclonatur/António Malvar e quando o António estava a fazer a Travessia dos Pirinéus eu lá lhe liguei e contei que já tinha feito a transferência para pagar a minha inscrição. Aproveitei ainda para perguntar como é que devia treinar.

O António Malvar primeiro perguntou se eu ainda não tinha começado a treinar - eu claro que disse que sim, na altura menti um bocadinho - e depois disse-me que o melhor era fazer muitas horas seguidas em cima da Bicicleta, tipo 8 horas ou mais. E eu assim fiz.

Lá me fui dividindo entre o trabalho e os treinos. Sempre que saía do trabalho ainda ia dar umas voltas pelo Monsanto, tentava fazer sempre entre os 40 e os 60 Km e ao fim de semana aproveitava o Sábado para ir para Sintra onde chegava por volta das 9 horas e de onde voltava por volta das 19 ou 20 horas - a vida familiar estava a ficar um pouco de lado. No Domingo eu saía de casa também às 9horas dava duas voltas pelo Monsanto e depois, sempre de Bike, seguía para a Praia do Moinho (Junto à Torre em Oeiras) onde a Isabel já me esperava para almoçarmos e fazermos um pouco de praia até que lá regressávamos a casa, a Isabel de carro e eu de Bike.

De fora do comum só me lembro de um dia em que cheguei à praia, sem dinheiro, e como tinha começado a chover a Isabel ficou a dormir com o telemóvel desligado o que não era nada bom pois eu já só tinha uma barra e tinha de voltar para casa, mas queria comer e não tinha dinheiro. Mas esqueci-me de vos dizer que a sorte acompanha os candidatos a peregrinos. E esse era também o dia final da volta a Portugal (8 de Agosto e a volta foi ganha pelo David Bernabéu) com o contra relógio a começar em Oeiras.

E é com este aparato de partida de contra relógio que entro no parque de estacionamento do INATEL de Oeiras, todo o colorido da volta com os camiões das equipas, os mecânicos a prepararem as máquinas, os participantes a fazerem o aquecimento em rolos, e claro, para completar o colorido, lá estava, ao lado do camião da Carvalhelhos Boavista, o carro do meu pai - que diga-se em boa verdade não tem nada a ver com a Volta a Portugal. Liguei-lhe e fiquei a saber que os meus pais tinham vindo à praia mas como tinha começado a chover estavam a almoçar no INATEL. Assim tive de lhes fazer companhia a almoçar e ainda vimos uns quantos ciclistas a arrancarem para os Kms da Volta de 2004 antes de voltarmos para casa, cada um no seu meio de transporte.

A verdade é que este estava a ser um Verão de muita emoção desportiva, pois além dos meus treinos em BTT, tínhamos já conquistado o 2º Lugar no Europeu de Futebol onde só perdemos (2 vezes) com a poderosa selecção Grega. Só faltava a cereja no topo do bolo e isso veio no dia 14 Agosto com a Medalha de prata do Sérgio Paulinho nos Jogos Olímpicos de Atenas. Nesse ano ainda tivemos o privilégio de ver em directo e na integra, duas provas de XC também dos Jogos Olímpicos.

Nessa semana foi também a primeira aproximação que tive ao caminho de Santiago e aos companheiros de viagem, num jantar organizado pelo António Malvar para fazer o primeiro Briefing, onde nos alertou para a primeira subida. Que era só de aproximadamente 30 kms e em plenos Pirinéus.

Como tal o meu ultimo treino foi em Sintra e fui lá só com o intuito de subir. Saí de casa depois de ter visto o Absalon a sagrar-se Campeão Olímpico de Cross Country - Masculino, e lá comecei a subir da Barragem do Rio da Mula até ao cimo do Monge, para depois descer e voltar a subir, e descer e voltar a subir. E só após ter contabilizado 30 Kms a subir é que meti a Bicicleta no carro e voltei para casa. Acho que nunca fiz nada tão estúpido mas o meu Ego estava muito melhor pois tinha a certeza que ia conseguir subir os 30 Kms dos Pirinéus.

E foi com esta certeza que no dia 2 de Setembro estava à porta da Ciclonatur às 7 horas da manhã para partir para Roncesvalles.

ALIÁS ESTÁVAMOS!!! EU E A MINHA GENIUS!!!!


quinta-feira, 16 de agosto de 2007

O caminho até ao Nuno Machado #50 - 4ª Parte

O Telmo e o inicio do vírus

Após a "brincadeira" da maratona de Portalegre, lá tive eu de ficar uns quantos dias em convalescença e sem sentir as pernas, o que não foi nada bom pois ainda tinha que voltar para Lisboa no Domingo.

A verdade é que durante vários dias me senti completamente esgotado, como se tivesse levado a maior tareia da minha vida - acho eu, porque felizmente nunca levei a maior tareia da minha vida, o meu pai e o irmão mais velho nunca foram de bater.

Mas pelo que me lembro só passado uma semana é que voltei a pegar na Genius, mas uma coisa tenho a certeza foi repetindo várias vezes que nunca mais me metia noutra. Mas a verdade é que com o tempo lá voltei a umas voltas mais longas, a rondar os 50 e os 60 km entre Sintra e o Monsanto que continuavam a ser os meu santuários.

Por esta altura, já era normal o Telmo "Teribo" - amigo desde os tempos de Colégio de Gaia e hoje meu padrinho de casamento - fazer umas incursões por Lisboa, vindo do Porto, para nos acompanhar nas nossas tiradas "BTTisticas".

Numa das primeiras vezes aproveitamos o facto de o José Carlos não poder ir para levarmos a sua GT até Sintra. Passamos a correr pela casa do José que perguntou ao Telmo se queria levar o capacete. O Telmo logo disse que não, que não esperava cair e por isso não precisava do capacete. Claro que com a minha teimosia o consegui convencer a levar o capacete e a colocá-lo para fazer volta. Acho que tive mesmo de dizer que se ele não pusesse o capacete eu não lhe tirava a Bike de dentro do carro.

Lá fomos fazer a nossa voltinha típica pela zona da barragem do Rio da Mula e depois de umas quantas horas no meio do mato somos brindados com uma valente chuvada que nos obrigou a voltar ao carro. Durante a descida entre os Capuchos e a Barragem, no meio das curvas e contra curvas, o Telmo vinha à minha frente - quem me conhece sabe que é fácil descer à minha frente - e de repente só me lembro de ver o Telmo a sair em frente e bater com o capacete no barroco e ficar entre a rocha e a bicicleta. O capacete ficou bem amolgado e depois de vermos que tudo estava bem, lá nos partimos a rir.


O Telmo já se apercebia que estava a ficar com o vírus, mas não queria assumir e uma outra vez para que ele não esquecesse-se o que tinha vindo fazer lá lhe demos um dia de Sintra clássico onde descemos tudo o que havia para descer, só para o fazer subir. E que gozo nos estava a dar. Ainda hoje não percebo porque é que ele continua a falar comigo e com o José Carlos. Para variar um pouco fizemos um clássico e lá o pusemos a subir de Colares para Monserrate e ele para se vingar obrigou-nos a vir 6 Kms a ouvi-lo a praguejar e a pedir um bom bife.


PEQUENA NOTA: esta estrada é curiosa pois sendo conhecida por "Estrada velha de Colares" e sendo desde sempre a Estrada Nova da Rainha e sendo uma estrada criada pelo Marquês de Pombal e com mais de 230 anos foi de estranhar que um dia se passasse a chamar "Estrada Barbosa du Bocage" ou como aparece em prospectos da Câmara Municipal de Sintra "Estrada de Monserrate" - mais um Mistério de Sintra




No Final lá lhe demos um fabuloso prémio de se deliciar com uns valentes travesseiros da Piriquita que fomos comer para a frente do Palácio de Sintra. Nada melhor para retemperar.
















Só faltava fazer a subida da Pena e voltar para os Capuchos, claro está que o Telmo, com a barriga bem cheia teve alguma dificuldade em subir o que faltava, e assim lá veio ele outra vez a praguejar até ao carro.

A verdade é que mesmo depois deste dia o Telmo voltou para andar connosco. Aliás acho que se não fosse a história do capacete ele hoje não era meu padrinho.

Amanhã logo conto o percurso até Roncesvalles...

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

O caminho até ao Nuno Machado #50 - 3ª Parte


Entrada em 2004, as trocas de bike e a primeira Maratona

Voltamos mais umas quantas vezes a Sintra e o nosso fim de semana passou a ser preenchido por idas a Sintra ao Sábado e a volta do Domingo era quase sempre feita no Monsanto o que nos permitia ter um balanço familiar positivo.

Cada vez queríamos fazer mais kms e recordo do dia em que após várias voltas nos trilhos do Monsanto cheguei a casa já com 20 km marcados no meu conta Kms da CatEye. Era uma loucura 20 km todos seguídos e sem desmontar, que espectáculo. O José Carlos continuava a ser o companheiro destas loucas aventuras em que eu já aí para além do que podia.

Passado um tempo juntamos mais uns amigos, que já andavam, às nossas voltas eram eles o Ricardo "Tarta" e o irmão Pedro, e aí veio o momento em que acho que dei o salto.

Num dos nossos Sábados em Sintra depois de sairmos da Barragem do Rio da Mula, termos
andando pelos Capuchos, subido o Monge, passado pela Peninha, o José Carlos decide voltar para casa de Bicicleta e eu e o Ricardo decidimos ir almoçar a Sintra. Arrancamos dos capuchos para Almoçageme e daí para Colares, e agora é que iam ser elas estávamos no fundo da Serra e queríamos ir para Sintra, e fomos!!! Com a nossa calma lá seguimos pela estrada que nos levou até Monserrate e depois até Sintra. Hora de umas belas Tostas Mistas e de uns valentes travesseiros. Depois de almoço vinha ter connosco o Rui, o possuidor de uma Specialized Epic M5 em cinza anodizado (recordo que estávamos no final de 2003 e esta era a bike do momento).
Nesse dia o Rui que morava em Sintra apresentou-me a um sem numero de trilhos que, sei que foram tantos que quando decidi ir para o carro devia ter perto de 50 km na Bike, já não sentia as pernas, mas tinha batido o meu record pessoal.

Depois desse dia decidi que o que queria eram as largas distancias e como tal precisava de uma nova máquina, comecei a busca e quando falava com a Isabel sobre o tema o discurso sobre os preços era totalmente diferente. Já falávamos de valores entre os 2.500,00€ e os 3.000,00€ e a Isabel aconselhava-me a comprar a que mais confortável fosse. (E a verdade é que a do Carrefour já nem vinha à conversa).

Saía nessa altura um teste em que se incluía uma Scott Genius MC 50, li e o teste e no dia
seguinte passava pelo Stand Jasma para ver a máquina. Quem lá estava era o Jaime o Almeida que após uma conversa sobre a bike me propõe levar a Bike para experimentar. Não me fiz rogado e acabei por levar uma MC40 que já vinha com travões de Disco Hidráulicos e pesava quase menos 2,5 kg que a Decathlon. Liguei para o José Carlos e contei-lhe a novidade. No Domingo lá estavamos no Monsanto a tirar as medidas aquela máquina que me parecia de outro mundo. Suspensões a ar com câmaras negativas e positivas, uma série de rolamentos para a suspensão funcionar, 130mm de curso na frente. Para mim era um maquinão.

Após ter pensado durante uns dias fiz a encomenda no dia 30 de Dezembro. Ia ter uma Scott.

A bike chegou no inicio de Fevereiro e as voltas entre Monsanto e a Serra de Sintra sucediam-se. Recordo ainda ter feito um dos trilhos mais giros que conheço, não é técnico, não é rápido mas tem uma envolvente diferente de todos os trilhos que conheço. E por várias razões não vou revelar qual é.

No entanto no meio destas voltas reparava que os 130mm da Manitou Black eram um exagero para subir e comecei a pensar qual a suspensão que deveria ter. No meio de todas as que analizei na altura a FOX TALAS RLT parecia-me a melhor. Os seus 125mm de curso reguláveis permitiam subir rápido, descer controlado e todo numa suspensão Fox. - Assim pensava eu na altura. Lá tomei a decisão de fazer a troca e voltei ao Stand Jasma para falar com o Jaime sobre a suspensão e outras coisas e quando dei por mim tinha uma nova Bike.




Uma Scott Genius Genius MC 10 - Full XTR; Rodas Mavic Cross Max SL, Fox Talas RLT que mais podia eu pedir numa Bike. O valor? o Preço de tabela era de de aprox.5.000,00 € (250 vezes mais cara que a do Carrefour) mas para mim valia muito mais do que isso. E valia ainda uma relação com o Stand Jasma que a ainda hoje se mantêm.



Uma nova ideia me surgia na cabeça, se calhar estava mais perto de realizar um sonho de criança. Fazer os caminhos e Santiago - O caminho Real Francês. Procurei na Net e cheguei até à Ciclonatur, troquei os primeiros mails informativos com o António Malvar. Mas na altura tudo eram apenas motivações e intenções.

Na altura perto do mês de Março começava a falar-se na Maratona de Portalegre, e mais uma vez o meu parceiro de loucuras, o José Carlos, lançou-me o desafio. E pronto lá estávamos nós inscritos para mais uma loucura. Temos o numero 882 (Nuno Machado) e 883 (José Carlos Nascimento). Lá começamos a treinar mas nem imaginávamos onde nos estávamos a meter.

Ficamos hospedados num belo monte Alentejano com as "Marias" e as Bicicletas, o espaço era partilhado com outro participantes e após o pequeno em conversa com um dos participantes ouvi algo que viria a confirmar durante o dia. - "O pior destas coisas é que quando estamos habituados a treinar uma certa distancia, quando lá chegamos conseguimos fazer para aí mais 20 km e todos os que sejam mais que isso são um sufoco."

Isto fez-me lembrar que a minha média de treino eram 40km, com mais 20 km chegaria aos 60 km e os outros 40 km seriam em sofrimento. Não era um bom pensamento para antes da partida.

E lá estávamos às 9 hora em ponto do dia 8 de Maio de 2004 cerca de 1500 doidos arrancavam para os 107 km do Portalegre 100 (nessa altura ainda só eramos 1500 a fazer o Portalegre).

Logo no inicio houve quem tivesse caído e nem chegasse à partida real, o inicio da prova era muito rápido e todo o que se possa imaginar de mau estava guardado para o fim. No início rolamos por entre cearas e alguns pinhais para após os 40 Km (no Alegrete) as coisas começarem a piorar, as primeiras subidas - dignas desse nome - apareceram no meio de um Eucaliptal, que seguia, já em plena reserva de S. Mamede, por mais trilhos e a subir e descampados. Por esta altura já me tinha cruzado com o Nuno (mais um amigo que ganhei com o BTT) que neste momento já se queixava de caimbras. A minha primeira caimbra veio por volta dos 60 kms ( é verdade ainda faltavam 47 Km). Por sorte logo a seguir tinhamos uma boa descida que nos levava até à ZA3 para onde eu tinha enviado um saco com fruta e mais Isostar.
(Na altura a organização juntava no incioc os sacos/marmitas de todos os competidores e levava-os para esta zona de almoço). Depois desta paragem retemperadora começou o martirio, foi a subida até ao Alto de S. Mamede (Quase 7 Km a subir) e depois até ao final um sobe e desce constante que só terminaria dentro de Portalegre no Jardim do Tarro. Recordo ainda que me cruzei com o Nuno mais uma série de vezes para no final saber que tinha chegado ao fim depois de ter sido acordado por um escuteiro, quando fazia uma boa sesta retemperadora. Eu quando estava quase no final (dentro da zona industrial antiga) a faltarem 2 km para a meta tive que parar e fiquei com a sensação estranha de que não ia conseguir dar nem mais uma pedalada. Mas a verdade é que o animo que os de fora te podem dar é um excelente tónico e após ter comido e ser incitado por uns quantos companheiros de ocasião montei e decidi rolar até ao fim. Quando cortei a meta não sentia nada do meu corpo, soube que o José Carlos tinha decidido abandonar após a subida de S. Mamede, mas prometera voltar em 2005. Eu, terminei a minha primeira maratona de 107 km no dia 8 de maio de 2004 com o tempo de 9h 39m, ficando no 660º lugar e tendo ultrapasado todos os meu limites. Deitei-me no jardim e devo ter estado pero de 10 minutos sem conseguir proferir uma palavra, quando falei só me lembro de dizer:

- Santiago está fora de questão, e maratonas nunca mais.
O que mais me custou desse dia é que nesse momento me tornei um homem sem palavra...

Mas estava mais perto de ser o Nuno Machado #50

O caminho até ao Nuno Machado #50 - 2ª Parte


Ou, da primeira volta à primeira queda...

Como devem calcular hoje não me faltam voltas e Kms de bicicleta mas como é claro existem algumas que não esqueço, como por exemplo as primeiras.

E assim hoje aproveito para vos contar os primeiros tempos com a minha Decathlon. No dia a seguir a ter feito essa prodigiosa aquisição, acordei bem cedo e preparei-me para sair de Telheiras e ir de bicicleta até ao Restelo, para aí ainda fazer uma hora no ginásio e depois voltar a casa. - Na minha cabeça funcionava e fazia sentido.

Arranquei e assim que cheguei ao Monsanto (quase 1 hora depois) adorei o facto de estar a andar no meio de trilhos e no meio da vegetação - era a primeira vez que fazia BTT. Já não fui ao Ginásio, mesmo que quisesse não iria conseguir lá chegar e voltar para casa no mesmo meio de transporte. Aproveitei o facto de já estar no Monsanto para dar mais umas voltas e apreciar o verde que existe em plena cidade de Lisboa. Na altura lembro-me que quase não havia carros no Monsanto pois uma ideia do Santana Lopes não permitia que os carros circulassem no interior desse espaço. Comecei a embater em algumas silvas e ervas altas que me provocaram os primeiros cortes nas pernas, tão típicos deste desporto. Tempo ainda para ir até ao Chimarrão dar uma volta pelo Keil do Amaral e as pernas começavam a pedir descanso e eu ainda teinha de voltar a Telheiras. (só de pensar já me doía)
A verdade é que cheguei a Telheiras e a primeira volta em BTT estava feita.

Comecei então a percorrer outras lojas de Bikes a ver que existiam máquinas bem mais evoluídas do que a minha e comecei a trocar as primeiras peças/componentes, recordo que a primeira grande mudança que fiz foi trocar o Gripshift por Rapid fire. Nesta fase começo a fazer companhia e a ser acompanhado pelo José Carlos, parte integrante da minha equipa de vendas, e parte muito importante em toda a minha evolução no BTT. Com o José Carlos fiquei a conhecer as subidas impossíveis do Monsanto (para as minhas pernas e 15 kg de bicicleta existiam subidas impossiveis), para o José Carlos e a sua GT iDrive 0.0 eram só subidas.

Estávamos a entrar no Inverno e José Carlos explicava-me a vantagem de ter travões de disco em vez dos meus V-Brake, e a verdade é que foram apenas precisas as primeiras chuvas para perceber os calafrios que tinha cada vez que tinha de parar e os meus travões teimavam em ser "abrandadores". Mas não havia nada a fazer chegar a uma bicicleta de travões de disco implicava investir perto de 2.500,00€ e eu ainda estava a descobrir o BTT e não me parecia sensato investir tanto dinheiro. - Não sabia o que estava para vir.

Decidi fazer mais um pequeno Up-Grade na minha máquina e colocar uns pedais de encaixe, comprados no Stand Jasma em Benfica (www.jasma.pt). Foi o meu primeiro contacto com esta loja e também não imaginava a relação de ajuda mutua que iríamos ter.

Cheguei a casa montei os pedais e encostado à parede da garagem comecei a experimentar, encaixar e desencaixar os pés, parecia simples e não me pareciam existir razões para ter medo de os utilizar no terreno. Liguei ao José Carlos e lancei um desafio:

- Rapaz, vamos a Sintra?
A resposta foi positiva mas ao mesmo tempo apreensiva.

Já à algum tempo que falávamos em ir a Sintra, mas a verdade é que nos parecia que subia muito e que não estávamos preparados para ir "empenar" para essas bandas. Mas lá fomos. Colocámos as Bikes no carro e com o entusiasmo e nervosismo de quem vai na maior bike trip do mundo, saímos de Carnaxide em Direcção a Sintra. Paramos o carro no Rio da Mula e comecei logo a testar o encaixar e desencaixar os pés dos pedais - mesmo no terreno parecia fácil. A primeira subida tivemos que a dividir em duas partes, o primeiro km e o segundo km, nunca tinha subido tanto de uma só vez, mas mesmo assim não desistimos e lá seguimos até ao posto de vigia da Pedra Amarela - que vista, já tinha valido a pena. Na descida e quando já estávamos perdidos encontramos mais dois "BTtistas" que nos indicaram o caminho a seguir de novo para o carro, mas ainda nos propuseram fazer a mítica subida do monge, que diziam ser uma das mais difíceis de Sintra.


Subimos até ao cruzamento dos Capuchos e após mais um pouco de conversa com os nossos "guias" lá decidimos começar a subida. Os "guias" não nos acompanharam, facto que eu estranhei e me fez pensar que a subida era mesmo dura. Mas lá fomos e foi então que se dá a imagem do dia. Com o José Carlos bem na minha frente em plena subida, tive que colocar uma mudança mais leve, que teimou em não entrar e me obrigou a dar um pedalada em falso.
Estavam criadas as condições ideais, uma mudança que não entra, um pé que não sai do pedal e aí estava o meu corpo colado ao chão com uma bicicleta por cima. Já estava, ninguém me pode tirar que a minha primeira queda em BTT foi, em Sintra e a subir o Monge.

O José Carlos desceu e ajudou-me a tirar a bicicleta de cima de mim, e descobri que ainda é mais difícil tirar o pé do pedal quando se está deitado. Mas mesmo assim não desistimos e lá fomos até ao cimo do Monge.

Descemos e voltamos para o carro, o principio do caminho de volta foi em silencio parecia-mos dois putos que acabaram de fazer a maior asneira do mundo, o sorriso que tínhamos assim fazia lembrar.

De uma coisa tínhamos a certeza, vínhamos de Sintra e havíamos de voltar...

domingo, 12 de agosto de 2007

O caminho até ao Nuno Machado #50 - 1ª Parte

A verdade é que não pretendo fazer deste meu/vosso espaço um tratado sobre o "como chegar" mas se calhar é simpático da minha parte contar-vos de onde surge o Nuno Machado #50.

Nuno Machado não é mais do que um nome que os meus pais decidiram atribuir-me à nascença, no que concerne ao #50 isto já é outra história. História essa começa algures numa sexta-feira de Setembro de 2003 quando numa viagem de trabalho, entre Lisboa e Porto, paro na área de serviço de Pombal e dentro do espaço de tabacaria começo a desfolhar uma revista, primeiro de forma aleatória e por fim já com um interesse elevado.

A revista era a Bike Magazine, e ali comecei a imaginar-me de novo a andar de bicicleta, algo que por culpa do futebol, estava arredado da minha vida à muitos anos.

Nas primeira páginas a revista apresentava as fotos (publicitárias) de um Philip "qualquer de impronunciável começado por M" que era campeão do mundo e montava uma Specialized Epic M5. Procurei nas páginas da revista um preçário de Bikes e pensei: "O mundo deve estar doido quem já pensou em Bicicletas de 4.000,00€ e mais".

Pousei a revista e foi tomar um café, tinha de arrancar outra vez e seguir para o Porto.

Mas o mal já estava feito nesse dia pensei várias vezes no tema - BICICLETAS.

Na volta para Lisboa agarrei no telefone e liguei ao meu Irmão:

- 'Tou, mano o que fazes amanhã à tarde? Estás em Lisboa? Quero ir à "Decathlon" ver bicicletas de montanha.

No dia seguinte lá estávamos na "Decathlon" e após uma longa e demorada vistoria a todas as bicicletas expostas lá escolhi uma para trazer. Era como a que tinha visto na revista, também tinha suspensão total. Hoje já sei que não estava nem lá perto.

Quando cheguei a casa todo orgulhoso disse à Isabel (hoje minha mulher): - Olha só a bicicleta que comprei!!! E só custou 350,00€

A resposta do outro lado foi muito pronta: "Deste 70 contos por uma bicicleta? E uma do "Carrefour" não servia?

Se servia ou não, isso eu não sabia. Mas a verdade é que também não sabia que o #50 estava para vir...