quinta-feira, 16 de agosto de 2007

O caminho até ao Nuno Machado #50 - 4ª Parte

O Telmo e o inicio do vírus

Após a "brincadeira" da maratona de Portalegre, lá tive eu de ficar uns quantos dias em convalescença e sem sentir as pernas, o que não foi nada bom pois ainda tinha que voltar para Lisboa no Domingo.

A verdade é que durante vários dias me senti completamente esgotado, como se tivesse levado a maior tareia da minha vida - acho eu, porque felizmente nunca levei a maior tareia da minha vida, o meu pai e o irmão mais velho nunca foram de bater.

Mas pelo que me lembro só passado uma semana é que voltei a pegar na Genius, mas uma coisa tenho a certeza foi repetindo várias vezes que nunca mais me metia noutra. Mas a verdade é que com o tempo lá voltei a umas voltas mais longas, a rondar os 50 e os 60 km entre Sintra e o Monsanto que continuavam a ser os meu santuários.

Por esta altura, já era normal o Telmo "Teribo" - amigo desde os tempos de Colégio de Gaia e hoje meu padrinho de casamento - fazer umas incursões por Lisboa, vindo do Porto, para nos acompanhar nas nossas tiradas "BTTisticas".

Numa das primeiras vezes aproveitamos o facto de o José Carlos não poder ir para levarmos a sua GT até Sintra. Passamos a correr pela casa do José que perguntou ao Telmo se queria levar o capacete. O Telmo logo disse que não, que não esperava cair e por isso não precisava do capacete. Claro que com a minha teimosia o consegui convencer a levar o capacete e a colocá-lo para fazer volta. Acho que tive mesmo de dizer que se ele não pusesse o capacete eu não lhe tirava a Bike de dentro do carro.

Lá fomos fazer a nossa voltinha típica pela zona da barragem do Rio da Mula e depois de umas quantas horas no meio do mato somos brindados com uma valente chuvada que nos obrigou a voltar ao carro. Durante a descida entre os Capuchos e a Barragem, no meio das curvas e contra curvas, o Telmo vinha à minha frente - quem me conhece sabe que é fácil descer à minha frente - e de repente só me lembro de ver o Telmo a sair em frente e bater com o capacete no barroco e ficar entre a rocha e a bicicleta. O capacete ficou bem amolgado e depois de vermos que tudo estava bem, lá nos partimos a rir.


O Telmo já se apercebia que estava a ficar com o vírus, mas não queria assumir e uma outra vez para que ele não esquecesse-se o que tinha vindo fazer lá lhe demos um dia de Sintra clássico onde descemos tudo o que havia para descer, só para o fazer subir. E que gozo nos estava a dar. Ainda hoje não percebo porque é que ele continua a falar comigo e com o José Carlos. Para variar um pouco fizemos um clássico e lá o pusemos a subir de Colares para Monserrate e ele para se vingar obrigou-nos a vir 6 Kms a ouvi-lo a praguejar e a pedir um bom bife.


PEQUENA NOTA: esta estrada é curiosa pois sendo conhecida por "Estrada velha de Colares" e sendo desde sempre a Estrada Nova da Rainha e sendo uma estrada criada pelo Marquês de Pombal e com mais de 230 anos foi de estranhar que um dia se passasse a chamar "Estrada Barbosa du Bocage" ou como aparece em prospectos da Câmara Municipal de Sintra "Estrada de Monserrate" - mais um Mistério de Sintra




No Final lá lhe demos um fabuloso prémio de se deliciar com uns valentes travesseiros da Piriquita que fomos comer para a frente do Palácio de Sintra. Nada melhor para retemperar.
















Só faltava fazer a subida da Pena e voltar para os Capuchos, claro está que o Telmo, com a barriga bem cheia teve alguma dificuldade em subir o que faltava, e assim lá veio ele outra vez a praguejar até ao carro.

A verdade é que mesmo depois deste dia o Telmo voltou para andar connosco. Aliás acho que se não fosse a história do capacete ele hoje não era meu padrinho.

Amanhã logo conto o percurso até Roncesvalles...

1 comentário:

teribo disse...

aaaaaaaah, bendito capacete desde esse dia tornou-se o meu melhor amigo e não saio de casa sem ele!!!
Ainda me consigo ver a segurar os travões com "ambas as duas" mãos, roda de trás no ar, cair no rego cheio de água e as estrelinhas no final da tolada :-S!!!
Esse dia deixa-me memórias unicas.