quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

FALAR DO TRANSPORTUGAL 2007 - Dia 0 e Dia 1

A verdade é que ainda não contei nada sobre o TransPortugal 2006 mas a verdade é que me apetece muito mais falar sobre o TransPortugal de 2007. Sim esse que foi o mais participado de sempre, o mais rápido de sempre e no meu entender o mais duro que já fiz.

Não sabia como começar a contar a aventura deste ano que me levou para Bragança pela terceira vez consecutiva, mas a forma como saí de casa no Domingo passado, de baixo de uma boa chuvada, fez-me lembrar a partida para a 4ª Etapa entre Castelo de Vide e Monsaraz, para os 160 Km mais duros que já fiz. Mas disso vou falar um pouco mais à frente. Agora começo pela partida para mais uma Bike Trip.

Dia 0 - O arranque de Lisboa

O arranque foi da porta do Hotel Barcelona em Lisboa, tempo para rever o Cal Burgart (vencedor de 2005) agora já com 65 anos - se não estou em erro - e tempo para conhecer o Jaime o policia de transito das Canárias, que decidiu vir fazer a nossa prova após algumas trocas de mensagens no FOROMTB (Forum Espanhol). O Cal vinha com a certeza de ir penar um pouco uma vez que tinha abusado da época de Ski e não esperava vir a Portugal de novo e como tal descurou a preparação.

Seguimos directos até à Régua onde fomos brindados com a vista da zona das vinhas e com um valente almoço, que seria o ultimo até Domingo da semana seguinte.

Seguimos para Bragança e após os normais check in hoteleiros seguimos para a montagem de bikes e ultimas afinações, pois no dia seguinte todo tem que estar na perfeição. Final das montagens e entrada no primeiro Briefing para perceber o que se irá passar este ano durante a prova e com especial ênfase na primeira etapa.

Dia 1 - Bragança - Freixo de Espada a Cinta

A etapa prometia pela primeira vez atingia-se os 50 participantes o que significaria em alguns casos rolar em grupo, pela parte que me toca estava completamente enganado.

Os primeiros 3 Kms são feitos em alcatrão e aqui nada de mal, arranquei com calma pois esta é a etapa mais dura e uma má gestão pode estragar a semana toda, mas eis que entro em terra e ao fim de 10 metros sinto uma chapa a tilintar de baixo da roda de trás e a traseira a ir para todo o lado, digo mal do pneu e só então realizo que tinha rasgado o pneu. Ao fim de 3 km e 10 metros já estava a fazer mecânica. O André chegou ao pé de mim e lá esteve que esperar, como um bom vassoura. Arranco de novo e já estava 10 minutos atrasado faço os 3 Km e lá vem a primeira subida do dia, a corrente salta para o lado de dentro de cassete e fica preza nos raios, dou um toque no desviador e de repente o manipulo que controla o desviador de trás não funciona, faço um pouco de tenção e a alavanca dá uma volta de 360º ao fim de 6 Km não tinha mudanças atrás, não podia estar a correr pior. Começo de novo a fazer a mecânica e passado um tempo descubro que preciso de duas chaves iguais para desmontar o manipulo. Tenho que pedir ajuda ao André e penalizo uma hora. O máximo que conseguimos foi passar 4 mudanças (as mais pesadas) nada mal para a etapa mais dura da Super Travessia. Quando arrancamos de novo já tinha perto de 2h 15m parado e estava a penalizar 1 hora por ter tido ajuda da organização (vingo-me do André no Cape Epic) para ajudar ainda mais o André não trazia GPS e durante a subida tenho de esperar algumas vezes por ele nos cruzamentos e nas contas que fazia na cabeça para poder acabar a etapa dentro do tempo, não posso parar mais vez nenhuma.

Todo estava a correr bem e perto de Pinela volto a furar, estava tudo estragado, isto superava o pior começo que eu podia ter imaginado. Seguimos então até Vimioso e em Caçarelhos tenho de decidir entre seguir e fazer companhia ao André, sabendo que não chegava dentro do tempo, ou ir de carro até Freixo e ter tempo para fazer mecânica séria e trocar desviadores e manipulo. O André compreendeu a necessidade de por a máquina a funcionar de novo e lá sigo de carro até Freixo. Pela segunda vez em dois anos não concluía a 1ª etapa da Super Travessia. Mas com a máquina a funcionar em condições a manhã seguinte seria diferente. E assim tenho uma desculpa para voltar à Super Travessia que é acabar a 1ª etapa.

Quanto ao dia de chuva esse conto amanhã mas deixo uma foto para aguçar o apetite.


Um abraço e pedalem muito
NM#50 - Part of TEAM M&M

Força, Resistência, Energia

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