segunda-feira, 4 de abril de 2011

7. Alter Bridge - Coming Home LIVE

ABSA CAPE EPIC - 7ª ETAPA - A Ultima


Foto: Greg Beadle/Cape Epic/Sportzpics

Estimados

Antes de vos contar como foi a ultíma etapa do ABSA CAPE EPIC 2011, conto-vos aquele que para mim vale como o momento mais marcante de toda a prova de 2011.

Como já vos tinha contado o português Mário Roma decidiu este ano realizar a prova em dupla num tandem (bicicleta para duas pessoas) com o brasileiro Adauto Belli, que é uma pessoa normal, com espírito único e que junta a isto o facto de ser invisual. É verdade o Adauto é cego!

A etapa 6 de 2011 tinha como prato final uns módicos 20 a 25 kms de singletracks (trilhos estreitos, entre árvores, onde mal cabe uma bicicleta normal) que não são nada favoráveis a uma bike de cerca de 3 metros de comprimento.

Todas as etapas têm um tempo máximo para serem feitas e nesse dia o “Speaker” anunciava que faltavam 40 segundos para o fecho desta etapa, ao longe entra uma equipa feminina na zona que antecede a meta, e atrás delas surgia um tandem.

O grito geral foi “There’s a Tandem coming”! O acampamento simplesmente parou. Vinha lá a dupla que falava português com sotaque.

O relógio não parava e o speaker anunciava os últimos 30 segundos. O Mário e Adauto entravam no espaço relvado 25 segundos pareciam poucos e começava a contagem decrescente. O Mário e o Adauto “sprintaram” como puderam para o final. E quando o tiro da pistola ecoou no ar marcando que ultimo segundo tinha caído, o Mário e Adauto também caíram os dois, redondos bem em cima em relva, mas para lá da linha chegada. Tinham cortado a meta.

O acampamento quase veio ao chão. Eu nunca tinha assistido a nada assim.

No meio dos festejos, chegou o “Comissário da UCI” com o seu poderoso alicate e retirou as placas frontais do Tandem. A dupla era dada como não tendo entrado dentro do tempo.
No entanto existia um aspecto muito importante, e que levou esta dupla a perder cerca de 1 hora nos trilhos antes da chegada. A Raquel (Brasileira) que fazia dupla com o português Hélder Carvalho, teve um acidente e ficou bastante mal tratada da queda. E o Mário e o Adauto, mesmo hipotecando as hipóteses de terminar a etapa, preferiram dar assistência a uma companheira de trilho e perder esse tempo.

No final e após a situação de retirar de frontais, o “Comissário UCI” comentou que sabia da situação mas que era obrigatório seguir o protocolo. Assim o protocolo foi seguido.
O Mário apresentou recurso da decisão e no dia de partida da última etapa, o frontal 102 estava de novo no tandem da dupla Luso-Brasileira, e eles puderam arrancar para a ultima etapa do ABSA CAPE EPIC 2011.

De facto até pode não parecer nada de especial, mas para mim vale como mais uma vitória do querer sobre o poder.

Voltando aos trilhos e à última etapa, ela é simples e é de facto um dia para consagração.
A etapa é curta tem 65 kms e 1.700 metros de acumulado de subida, começa a subir até aos 20 kms e depois desce rápido num estradão de pedra muito solta que nos deixa num vale para descansarmos um pouco as pernas. Nova subida e momento em que é obrigatório desmontar, zona protegida onde só se pode andar a pé. Também não me parece que fosse possível fazer aquela descida em cima da bike. Entrada num novo singletrack e para o final muito estradão e rápido. Zona de trilho onde não são permitidas ultrapassagens, e durante cerca de 5 kms seguimos em fila atrás de outra dupla. E no final foi acelerar pelo estradão largo em direcção à última meta do ABSA CAPE EPIC 2011.
Tiramos a bandeira de Portugal do bolso e cortamos a linha de chegada com a sensação de “prova superada”.

Já está somos finishers! Nós e todos os portugueses que este ano embarcamos nesta aventura.

Parabéns e o obrigado ao Pedro, ao André, ao Miguel, ao Alexandre, ao Mário, ao grande Adauto. Obrigado aos incansáveis “Day Trippers” Luca e Filipe.

Um obrigado especial ao Diogo , o meu asa de 2011, gerimos bem a equipa e chegamos ao fim com melhor entendimento sobre o tema “ter” um parceiro ou “ser” um parceiro.

Para mim esta meta tem um sabor muito especial, doce e amargo. Doce porque conclui mais uma aventura, amargo porque muito dificilmente volto a cruzar a meta numa aventura épica.
É tempo de outras aventuras.

Nos últimos 8 anos consegui estar presente em 7 aventuras deste nível, apenas falhando 2010 por lesão. Entre treinos, preparativos e provas são muitas horas privado de fazer outras coisas.

Chegou o momento de fazer algumas delas.

Tenho claro de agradecer a todos os que nestes 8 anos me apoiaram e não posso esquecer:

O STAND JASMA e a SCOTT

O Vítor Gamito (meu primeiro treinador) e a Gold Nutrition.

Ao Pedro e ao Luís da COFIDES, e a toda a equipa maravilhosa que me atura cada vez que passo por lá. E pelos fantásticos equipamentos “MADE IN PORTUGAL”

Ao Pedro, ao Nuno, à Maria e ao Marcos da CARBBOOM! A paciência para me aturarem e pelos excelentes almoços no complexo industrial.

Ao Cajó da SNV pela fiabilidade do material, e por ter a coragem de fazer este projecto em Portugal.

A toda a equipa da Shimano pelos travões que não falharam e pela transmissão que durante 700 kms nunca se queixou e só precisou de óleo.

À Specialized por ter desenvolvido uma bicicleta como a Epic S-Works, e pelos capacetes que me protegem a cabeça.

Ao Alexandre, ao Carlos e ao Nuno da Bike Magazine por serem um “media partner” credível e com quem trabalho em parceria.

Ao Pedro Maia pelas sessões de treino que saem do papel para o terreno e resultam.

Ao Luís e Ricardo Reis, por terem acreditado no projecto, e por trabalharem por ele.

A todo o pessoal da “Motovedras” MOVEFREE pela atenção e cuidado.

Ao Carlos Carvalhinho pelos anos a afinar as minhas bicicletas.

Aos atletas da “minha” equipa TEAM MOVEFREE, Bruno Espinha, Bruno Anjos, Pedro Maia e Diogo Veira é um prazer “trabalhar” com e para vocês.

Ao André Malha… “No words, M&M Forever”

A todos os amigos que tinha e aos que conquistei nos trilhos e que sempre tiveram palavras de incentivo.

À minha família:
Pai, Mãe, Irmão, Cunhada e Sobrinho, que nunca assistiram mas sempre me apoiaram incondicionalmente.

À Isabel, que me partilhou durante anos com um quadro com rodas, e nunca me disse para não vir.

A todos, mesmo os que não figurama na lista, o meu muito obrigado

Agora volto para casa

Um abraço e pedalem muito

Nuno Filipe Machado

Sou apenas um Homem comum…tenho é objectivos!

TEAM MOVEFREE
Eu Pedalo...

sábado, 2 de abril de 2011

ABSA CAPE EPIC - 6ª Etapa


Foto: Greg Beadle/Cape Epic/SportzPics

SETE FEITAS, UMA POR FAZER

E foi a esta velocidade que já se passaram sete dias em cima da bicicleta, o que em horas dá quase cerca de 39 horas e 30 minutos.

O dia de hoje, o penúltimo, tinha muita coisa pela frente.

Tinha 120 Kms, 2.700 mts de acumulado de subida, cerca de 3 kms a subir em areia e um final com quase 25 kms de singletracks.

Aqui é tudo assim, ou tudo de uma vez ou nada!

Acordamos com alguns problemas físicos, e a minha pulsação teimava em não subir, no arranque não conseguia passar das 125 pulsações. Nada mal para quem tinha de arrancar logo em subida durante os quinze primeiros kms. Mas felizmente que depois da descida e de rolarmos um pouco lá consegui levar o pulso até às 150 pulsações. Nada mal, tendo em conta o que já fiz ao corpo esta semana.

Depois lá fomos seguindo contando os Kms que passavam e os metros que íamos subindo.

Rolamos, subimos, descemos, fizemos uma subida quase toda em areia, chamam-lhe "a praia" e do ponto mais alto desta subida conseguimos ver o mar. Como não trazíamos calções de banho, seguimos caminho.


Foto: Greg Beadle/Cape Epic/SportzPics

E para o final lá vinham os singletracks. Admito que cheguei a enjoar. Quase 25 kms de trilho estreito, técnico, com árvores por todo o lado. Até seria bom se a etapa tivesse 40 kms. Mas após 90 kms numa etapa como a de hoje, não era de facto o final que eu queria.

Além do mais, quem me conhece sabe que não sou técnico e não me dou neste tipo de terreno. Se calhar é por não ver do olho esquerdo e ser uma lotaria a forma de me desviar das árvores desse lado. Mas não correu mal! Não bati, não cai e chegamos ao fim em pouco mais de 7h10m.

Agora venha a ultima etapa. Faltam 69 kms. Temos de ser controlados e levar as bicicletas até Lourensford, para sermos EPIC FINISHERS.

Ficam as classificações dos portugueses:
Aventura-Gislotica-Rocky Mountain - 59º Homens - 77º da Geral
Barcelos-Portugal - 95º Homens - 147º da Geral
MOVEFREE - 122º Homens - 198º da Geral

Até ao fecho desta post ainda não havia classificação das outras duplas portuguesas.

Amanhã não prometo que escreva porque a logística vai ser complicada.

Um abraço e pedalem muito

Nuno Filipe Machado
Diogo Casado Vieira

TEAM MOVEFREE

sexta-feira, 1 de abril de 2011

ABSA CAPE EPIC - 5ª Etapa

Longos kms têm as etapas no Absa Cape Epic.

"POR VEZES O MEU CORPO RECLAMA DO QUE EU O OBRIGO A FAZER, OUTRAS VEZES SOU EU QUE ME QUEIXO DO QUE ELE PERMITE QUE EU FAÇA"



Foto: Gary Perkin/Cape Epic/SportzPics


Estimados

Hoje concluímos a mais longa etapa do Absa Cape Epic de 2011.
Foram 143 kms entre Worcester e Oak Valey.

O dia foi correndo com os Kms a passarem bem mais rápido do que o normal, a etapa tinha um inicio muito rolante e, felizmente, com vento pelas costas.

Aproveitamos estas duas situações para fazer cerca de 30 km na primeira hora.

Depois começaram as subidas e claro que o ritmo teve de baixar.

Mas mesmo assim fomos avançando a bom ritmo, sempre a aproveitar o vento nas costas e ao km 80 conseguimos juntar-nos com a equipa de Barcelos com quem fomos até chegarmos ao sopé da ultima subida do dia.

Cerca de 20 Kms de subida onde fomos colocando o passo mais certo possível por entre a muita pedra que nos ia aparecendo por baixo das rodas.

E depois disto já nos restava levar as Epic S-Works até à meta. Cuidado com a descida




Foto: Sven Martin/Cape Epic/SportzPics

Depois desta descida um pouco perigosa ainda nos deliciamos com os últimos 5 kms todos feitos em singletrack, não técnico, mas com alguma condução à mistura. E no final lá estava o arco de meta em Oak Valey.

Agora é aproveitar para descansar porque o dia de amanhã promete muito. 119 kms com 2.700 mts de acumulado subida.

Antes das classificações dos portugueses tenho de vos falar de duas coisas que nos aumentam em muito o conforto durante as nossas longas jornadas.

1. Os equipamentos da COFIDES. Fabricados em Portugal estes equipamentos (que também são utilizados pela equipa da Aventura/Gislotica/Rocky Mouhttp://www.blogger.com/img/blank.gifntain) são de facto um dos factores para que possamos aguentar tanto em cima da bicicleta vejam em: www.cofides.com

2. O material da SNV. Esta marca nacional de componentes em CNC está também presente nas nossas bicicletas. Hoje destaco os BarEnd "Cornos" que são colocados na ponta do guiador e permitem posicionar as mão em vários locais. permitindo que as mãos descansem ou que consigamos uma posição mais aerodinamica na bicicleta. Podem ver em:
www.snvlight.com



E agora as classificações dos portugueses:

Aventura-Gislotica-Rocky Mountain - 67º Homens - 91º da Geral
Barcelos-Portugal - 99º Homens - 148º da Geral
MOVEFREE - 132º Homens - 213º da Geral
Mountain Bike BH - 24º Mistos - 325º da Geral
Brasil Soul - 130º Masters - 429º da Geral

Amanhã temos mais como tal

Um abraço e pedalem muito

Nuno Filipe Machado
Diogo Casado Vieira

TEAM MOVEFREE