terça-feira, 8 de janeiro de 2008

FALAR DO TRANSPORTUGAL 2007 - Dia 7

Albernoa- Caldas de Monchique - 134 Km

O que dizer quando após seis dias intensos ainda temos pela frente dois dias de prova em que um tem 134 Kms e mais de 3.000mts de acumulado. só temos que perguntar a que horas é a partida e a essa hora estar pronto para arrancar.

O inicio é bastante rápido e leva-nos no meio do famoso "portuguese flat" por entre vinhas e campos até próximo da barragem de Monte da Rocha. Nesta fase começo a ver que me estou a aproximar de dois atletas mas entre o sobe e desce demoro mais entre 20 a 30 minutos até os conseguir alcançar, são o Miguel e o João, os nossos cruzamentos iam tornar-se uma constante durante esta etapa. O João continuava a não estar em forma e as mazelas dos vários dias em cima do selim faziam-se notar. Seguimos em conjunto durante vários Kms e um pouco antes da barragem passamos pelo Pedro Soares, a contas com grandes problemas de estômago, que o fariam desistir neste dia.

É então que se acabam as facilidades e largamos a planície Alentejana para voltar às subidas mais longas e mais duras. Nestas consigo ainda apanhar o António que se queixa de fortes dores nos joelhos e após alguma conversa lá lhe consigo dar um pouco de animo e fazer com que não desista. A segunda subida do dia é um pouco mais dura e obriga mesmo a colocar a famosa "talega pequenina". Passamos pela Filomena e após uma descida retemperadora seguimos pela zona da barragem de Corte Brique volto a partir a corrente, após um bons minutos sou ajudado pelo João e pelo Miguel que voltam a passar por mim.



Seguimos juntos a partir daqui e durante a passagem pelos dois topos da Portela da Igreja e da descida para Santa Clara, onde eles seguem e eu paro abastecer. Em seguida mais uma subida para sair de Santa Clara e sigo para uma das zonas do TransPortugal que mais gosto e que nos leva junto a um ribeiro que somos obrigados a atravessar por 7 vezes, e onde é impossível não molhar os pés.

Depois o dia vai avançando e nós vamos chegando perto das dificuldades do dia. Primeiro a subida da Portela da Brejeira no meio de um eucaliptal, uma subida dura (talvez a mais dura da TransPortugal) que vai oscilando entre o piso mau e o piso muito mau, onde de novo me cruzo com o Miguel e com o João. A subida lá vai seguindo entre ganchos e curvas até chegar a um ponto onde começa a descer da mesma forma que se subiu para nos deixar no meio de um buraco e do qual só podemos sair pedalando em frente em direcção a mais uma subida que parece interminável, que entre curvas e contra curvas de alcatrão nos leva até Monchique. Não sem antes descer um pouco e quando já pensamos que está acabado, lá voltamos a subir mais um pouco para depois iniciarmos a descida para as Caldas de Monchique. Esta descida tornou-se um pouco difícil pois o avançar da hora a juntar à chuva que começava a cair e o facto de estarmos entre árvores ia dificultando a recepção do GPS e consequentemente a progressão.

No final uma ultima descida em paralelo onde o piso escorregadio obrigava a ter algum cuidado.
Mas lá estava a meta e mais um final de dia bem cansativo.

Tempo para retemperar, tomar o recuperador, comer alguma coisa, umas belas batatas cozidas com sal e azeite, queijo, marmelada, o costume de cada final de etapa na tenda do reforço.

Faltava mais um dia e assim aproveitei para estar acordado até mais tarde, mas não sem antes a Mila me ter posto o joelho como novo, após uma excelente sessão de Reiki.

O dia seguir era o ultimo.

Um abraço e pedalem muito
Nuno Machado#50 - Part of Team M&M

Força; Resistência; Energia

Sem comentários: