terça-feira, 8 de janeiro de 2008

FALAR DO TRANSPORTUGAL 2007 - Dia 6

Monsaraz - Albernoa - 145 Km

Depois do valente empeno do dia anterior e em que as horas para descansar foram poucas o dia 6 esperava-nos com 145 Km e um acumulado de perto de 2.300 mts. Existia algum receio e apreensão no momento da partida quanto à forma como iríamos encontrar o terreno, depois do diluvio do dia anterior.

Parti um pouco atrasado fruto da mudança de pastilhas que estive a fazer na Scott Spark 10, e rapidamente começo a apanhar gente parada (o Miguel e o João - em trabalhos com um furo). O inicio do dia é rápido e monótono pois é quase todo em alcatrão, que para já a a única forma de vencer a enorme albufeira do Alqueva.

Aproveito o facto de me sentir bem e rapidamente me chego ao Ricardo Lanceiro, que hoje ainda não tinha aquecido e se queixava um pouco de dores nos joelhos, e juntos lá vamos galgando Kms por entre alcatrão e curtos troços de estradão, falando das coisas mundanas que nos passam pela cabeça nestes momentos, e que incluem as acções de formação, no troço de alcatrão perto de Santo Amador o Ricardo voltou à forma e lá subimos o ritmo em direcção à famosa estrada que acaba no leito de um rio, para começar de novo na outra margem. Fazemos a primeira subida do dia e ao entrarmos em Santo Amador passamos um grupo que se hidratava na fonte que existe no meio da vila.

Seguimos em bom ritmo até à Quinta dos Machados, onde felizmente não apanhamos lama e ao chegarmos a Pias, o Ricardo decide fazer uma paragem muito curta e seguir sozinho, eu acabo demorar um pouco mais entre comer e encher o camelbak,e quando arranco percebo que tenho mais um grupo grande atrás de mim onde se encontram os bem dispostos, Cláudio (felizmente não é o Nogueira) e Jorge Manso. E assim lá vou seguindo a solo em estradão largo e rápido em direcção à ponte do Guadiana, onde começo de novo a ser brindado pela chuva.


Nesta fase mal chego ao alcatrão bloqueio o amortecedor Scott Nude TC e lá vou seguindo em versão rigida até entrar de novo em terra. Nesta passagem entro um pouco na minha travessia de deserto e embora faltem menos de 50Km para o final começo a sentir algum cansaço que me vai acompanhar até quase à zona de Salvada mais um sobe e desce e de novo alguns portões para abrir e fechar, em Salvada começo de novo a sentir-me melhor e preparo-me para os últimos 40 km com mais uma curta paragem, para retemperar o estômago e descansar as pernas (barras e gel a companhia dos meus almoços).

E sigo com a chuva a tornar o terreno cada vez mais pesado entre o típico sobe e desce Alentejano em direcção a Trindade onde me informam que mais à frente, e já dentro de Albernoa, tenho que fazer um bypass ao track para evitar a possibilidade de barro na zona das vinhas.


Rapidamente chego a Albernoa e quando sigo no alcatrão em direcção ao hotel passo pela Carol e convido-a para vir na minha roda e lá vamos fazendo os últimos kms com vento contra. Antes do final ainda tempo para um pequeno susto quando a Carol toca com a roda da frente na minha roda de trás, felizmente sem queda e sem problemas lá seguimos até à linha de meta no Vila Galé de Albernoa.

Tempo para aproveitar o facto de ter chegado cedo para descansar um pouco mais do que o costume, e assim ainda consigo dormir uma sesta que me soube pela vida.

Um abraço e pedalem muito
Nuno Machado#50 - Part of TEAM M&M

Força; Resistência; Energia

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