Até aqui já cheguei!
Parece que ainda ontem arrancamos e já nos faltam cerca de 70 kms para chegarmos ao destino. Mas disso falamos amanhã. Agora conto-vos algumas das aventuras dos últimos dias. E que não são poucas.
A saída de León é de longe o pedaço mais feio de todo o caminho, para juntar a isto o Pedro e o Renato conseguiram perder-se de mim. Numa zona em que o caminho pode seguir duas direcções, em direcção a Hospital de Orbigo, eu segui para a Direita e o Pedro seguiu com o Italiano para a esquerda. Comecei a ligar-lhes para saber onde estavam mas o vento contra não deixou o Pedro ouvir o telefone. E claro nestas situações o que acontece é sempre o mesmo.
Os que vão na frente pensam que vão atrás e o que fazem é andar rápido para tentar chegar ao que está na frente. Como se apercebem que não chegam o que fazem é andar mais rápido. E de trás lá vem sozinho em regime de contra-relógio a tentar apanhar os da frente, que rodam em grupo.
Mas lá nos encontramos outra vez e voltamos a seguir juntos. Até ao almoço em Astorga e de novo a caminho.
Catedral Astorga
Depois foi o descalabro, era o dia da subida até ao local da Cruz de Ferro e começou a chover na zona de Ganso a 50 kms do fim. Decidimos fazer a descida da Cruz de Ferro pela estrada, para evitar os trilhos perigosos do caminho pedestre. Mas até aqui tivemos azar a estrada que antes era boa, agora está cheia de gravilha e está mais perigosa que o trilho até Acebo. E ainda tínhamos de chegar a Ponferrada.
Mas a queda de temperatura obrigou-nos a parar em Acebo para aquecer com um bom leite quente e uma grande fatia de bolo de chocolate. Em boa hora o fizemos.
Nesse momento entrou também, no bar, uma Holandesa com uma espécie de caixa de musica e sentada de olhos fechados cantou uma espécie de musica gregoriana que valia a pena ficar a ouvir por muito mais tempo. Mas não podiamos ainda faltava chegar a Molina Seca e depois a Ponferrada. Mas conseguimos chegar ainda com Luz do dia.
O dia de ontem voltou a ser diferente. Era dia de subir ao CEBREIRO
O Cebreiro
Uma aldeia Galega com um aspecto Celta mas que nos obriga a subir muito para lá chegar. Como o grupo aumentou e o Pedro e Renato vinham cansados decidimos fazer uma coisa perfeitamente normal.
Parte do grupo seguiu pelo trilho dos peregrinos a pé e os mais cansados decidiram que se seguissem pela estrada poupavam forças.
Nada mais errado, já vos digo porquê.
Relativamente à subida pelo trilho, a chuva do dia anterior tinha deixado mossa nos trilhos e até Fava tivemos de fazer tudo a pé e a empurrar a bicicleta. Mas isto não tira espectacularidade ao trilho que é do melhor que o caminho tem. A meio da subida entramos na Galiza de onde já não vamos sair.
Quanto ao grupo da estrada, só demorou mais 3 horas a fazer do que o grupo do trilho. Perderam-se.
Assim que chegaram comeram algo e seguimos directos para o caminho de novo. Faltavam 40 kms até Sarria. E que 40 kms. Logo no inicio existe uma saída de estrada à direita e 10 mts depois uma saída pela esquerda pelo trilho. O Renato com o cansaço não viu a seta amarela.
E quando atendeu o telefone já tinha descido cerca de 3 kms.
O Grupo seguiu e eu esperei pelo Renato. Esperei cerca de 30 minutos. Pois lá tivemos de fazer mais um contra-relógio de cerca de 35 kms para não chegar a Sarria. Acho que nunca desci tão rápido para Triacastela. Passagem a voar por Samos e mais um voo até Sarria para o merecido descanso.
Mas até ver temos conseguido chegar sempre aos hotéis, e juntos.
Hoje dia curto e de descompressão, mas já se nota que estamos na Galiza. Os trilhos voltaram a ser espectaculares, com muita sombra e muito verde.
Almoço em Portomarin e mais umas fotos.
Igrexa de San Xoán e San Nicolás
Dormimos em Palas del Rey
Amanhã há mais...mas depois não.
Um abraço e bom caminho
Nuno Machado
Team Movefree
Eu pedalo...
...porque quero chegar ao destino
sexta-feira, 22 de junho de 2012
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